sábado, 11 de outubro de 2008

Podemos ter imagens?

Podemos ter imagens?

Queridos irmãos católicos,

Quantas vezes temos ouvido esta acusação da parte dos nossos irmãos evangélicos: “Os católicos fabricam imagens para adora-las, enquanto que na Bíblia está estritamente proibido. Muitos irmãos nossos católicos não sabem o que responder, outros se deixam influenciar facilmente por estas meias verdades e alguns até sentem a tentação de tirar as imagens dos oratórios. Quero esclarecer-lhes este tema acerca das imagens, mas com a Bíblia na mão. Em primeiro lugar devemos fazer uma clara distinção entre uma imagem piedosa e um ídolo. A Bíblia sim proíbe energicamente o culto de adoração aos ídolos (falsos deuses), Ex 25,18, mas a Bíblia nunca proibiu as imagens “como sinais religiosos”, isto é, como representantes do Deus verdadeiro. A proibição da Bíblia se refere às imagens de ídolos ou falsos deuses não à proibição de fazer imagens como “enfeites religiosos”.

O que é um ídolo segundo a Bíblia?
Muitos anos antes de Jesus, no tempo de Moisés, Deus começou formar o seu povo escolhido, o povo de Israel. Era gente muito simples que Deus tinha tirado do politeísmo para conduzi-la ao monoteísmo. Todos estes povos antigos tinham uma infinidade de deuses, aos quais adoravam e representavam através de imagens de Baals, que tinham a forma de um touro, de um leão ou de outros animais. O povo de Moisés chamava essas imagens de “ídolos” ou falsos deuses. O povo daquela época pensava que estas imagens tinham um poder mágico ou uma força milagrosa. No fundo estes ídolos eram representações dos poderes ou vícios do próprio homem. Por exemplo, a imagem do bezerro de ouro que aparece em Ex 32, era a expressão da força bruta da natureza. Também podia representar a encarnação do poder sexual desorientado e transviado. E o ouro do bezerro significava o poder da riqueza que explora e esmaga o homem, isto é, o homem com seus vícios representados no bezerro de ouro, quer ser deus e não quer deixar lugar para o único e verdadeiro Deus. Deus chamou o povo hebreu para caminhar pela estrado do monoteísmo, deixando atrás os ídolos e dando a adoração ao Deus Verdadeiro. Mas os israelitas daquele tempo atraídos pelas práticas dos povos pagãos, queriam, às vezes, voltar ao politeísmo e à adoração aos ídolos. Então Moisés, inspirado por Javé-Deus proibiu-lhes estritamente fazer estes ídolos: “Não terás outros deuses além de mim, não te faças estátua, nem imagem alguma do que existe no céu nem na terra, nem te prostres ante estes ídolos”. Queridos irmãos, estes textos bíblicos são muito claros em sua proibição de fazer imagens ou estátuas de falsos deuses. Mas outra coisa muito diferente é aplicar estes textos às imagens “como enfeites ou sinais religiosos”. Estes sinais ou imagens piedosas nunca foram proibidos por Deus nem pela Bíblia.

Textos esclarecedores
A Sagrada Escritura sempre faz distinção entre imagens como “ídolos” e imagens como adornos ou sinais religiosos. Leiamos alguns textos nos quais Deus mesmo manda a Moisés fazer imagens como símbolos religiosos: “Farão dois querubins de ouro maciço, lavrados a martelo e colocá-los-ão nas extremidades do lugar do perdão, um a cada lado... ali me encontrarei contigo e te falarei desde o lugar do perdão, desde o meio dos querubins postos sobre a arca do Testemunho... (Ex 25,18-22). Estes dois querubins parecidos com imagens de anjos, eram enfeites religiosos para o lugar mais sagrado do templo. Pois bem, estas imagens feitas por mãos de homens, estavam no templo, no lugar mais sagrado e nunca foram consideradas como ídolos, pelo contrário, o próprio Deus ordenou construí-las. Leiamos outro texto do A.T. Números 21,8-9. Aí se narra como naquele tempo os israelitas murmuravam contra Deus e contra Moisés. Então Deus mandou contra o povo serpentes venenosas que os mordiam, de modo que morreu muita gente. Moisés intercedeu pelo povo e Deus respondeu-lhe: “Faze uma serpente de bronze, coloca-a numa haste e todo aquele que para ela olhar será salvo”. Percebemos outra vez que esta serpente de bronze era uma imagem feita pelas mãos do homem, não para ser adorada, mas somente um “sinal religioso”. Há outros textos na Bíblia que nos mostram como no templo de Jerusalém havia várias imagens ou esculturas que nunca foram proibidas e menos ainda consideradas como ídolos. Diz o Salmo 74,4-5: “Teus adversários rugiam dentro de teu santuário como lenhadores no bosque, derrubaram com machado as colunas e esculturas no templo”. Isto significa que no templo de Jerusalém havia também esculturas e imagens. Queridos irmãos católicos, essas indicações bíblicas são suficientes para dizer que a Bíblia, sim, proíbe, a fabricação de imagens como deuses falsos, ídolos, mas nunca proibiu as imagens ou esculturas como “enfeites religiosos”. Que ninguém, pois, venha incomodá-los por ter uma imagem ou enfeite em seu templo ou em sua casa. É por falta de conhecimentos bíblicos, ou por má vontade, que os irmãos evangélicos lhes colocam estas coisas na cabeça.

As imagens na vida diária
Tenho em minha estante por exemplo, uma foto de minha mãe que já está no céu; e contemplando esta foto me lembro dela. Inclusive posso colocar esta foto num lugar bem bonito e enfeita-la com uma flor e uma velinha... E se alguém vem a minha casa visitar-me e me diz, referindo-se à foto: “Que macaco mais feio”, claro que me sinto ofendido. Assim também temos quadros e imagens em nossos oratórios que representam algumas pessoas religiosas, como a Virgem Maria, a Mãe de Jesus, algum santo padroeiro de nossas cidades. E nenhum católico vai pensar que estas imagens são ídolos ou falsos deuses. Estas imagens simplesmente nos fazem pensar no próprio Jesus ou em tal ou qual santo que está na presença de Deus e nos ajudam a pensar na beleza de Deus. A Igreja Católica aceita o respeito e a veneração por estas imagens em nossos templos mas nunca ensinou a adoração a uma imagem. Às vezes, dizem os irmãos de outra religião que nós adoramos imagens. Estão muito, mas muito enganados e devemos, isto sim, perdoar-lhes suas expressões. A Igreja Católica aceita que guardemos imagens ou quadros nas nossas igrejas sempre que não seja de forma exagerada. O que quero dizer com isso? Quero dizer que, às vezes nossas igrejas parecem uma exposição de santos e em algum caso estão tão mal colocados, que não existe espaço nem para a imagem de Cristo.
Aí, sim, exageramos. Por isso o Concílio Vaticano pediu que não se repetisse mais de uma imagem de cada santo e que o lugar central da Igreja, sendo possível, esteja reservado para a imagem de Cristo. Está claro então, que nunca podemos dar culto de adoração a uma imagem, nunca podemos ficar de joelhos perante uma imagem para adora-la, mas sim podemos ficar de joelhos ante uma imagem para pedir perdão por nossos pecados e para pedir que o santo ou santa interceda a Deus por nós. Meus irmãos, em todas estas discussões, guardemos o amor. “Quem és tu para julgar o teu irmão? “ (Tg 4,12). Cada um pode ajoelhar-se em qualquer lugar para invocar a Deus, no quintal de sua casa, no campo. De noite antes de deitar qualquer um pode ajoelhar-se diante de um crucifixo para assim falar com Deus. Às vezes, há gente que pensa que tal imagem é milagrosa e lhe atribui um poder mágico. Devemos corrigir estas atitudes e explicar-lhes que somente Deus faz milagres. Aceitamos, porém, que Deus pode agir por intercessão dos santos. Irmãos: Não esmaguemos a fé dos nossos irmãos que talvez tenham pouca formação cristã, não critiquemos nem falemos mal dos outros. Ofender o irmão é um pecado muito grave. É triste constatar a linguagem ofensiva de nossos irmãos evangélicos para com os católicos. Procuremos devolver bem por mal. Martinho Lutero, o fundador do protestantismo e das igrejas evangélicas, nunca rejeitou as imagens, antes pelo contrário, ele disse que as imagens eram “o Evangelho dos pobres”. Quem de nós não gosta de contemplar um lindo quadro ou uma bela imagem? Muitas vezes olhando um quadro ou uma imagem podemos mais facilmente entrar em oração e num profundo contato com Deus. Quem pode negar, por exemplo, a beleza da Pietá de Miguel Ângelo? Pois bem, de acordo com os evangélicos deveria ser destruída, porque vai contra a Bíblia. Um erro incomensurável! Isto é fazer a Bíblia dizer o que nunca falou. Isto é uma distorção do que Deus nos quer dizer na Bíblia. Uma regra de ouro para interpretar a Bíblia é olhar sempre o contexto de uma frase e não apegar-se à letra, porque neste caso, sem o contexto, até se pode fazer a Bíblia dizer que “Deus não existe” porque a Bíblia põe esta frase nos lábios do tolo (Sl 10,4).

Os falsos deuses ou ídolos deste mundo moderno
Irmãos, os ídolos ou falsos deuses deste mundo moderno não se acham nos templos, mas são poderes que dominam o homem moderno por dentro. São poderes falsos que destroem as boas relações com o próximo e com Deus. Estes ídolos modernos estão, às vezes, em nossas ruas, em nossas instituições, comunidades e famílias. Esta é a idolatria que devemos desterrar. Penso, por exemplo, no falso deus do poder e da denominação que quer esmagar tua liberdade e enganar povos inteiros; no falso deus “poder” que provoca guerras e matanças de gente inocente. Este é o “ídolo” moderno que perambula pelo mundo. Penso no falso deus “dinheiro” que domina teu coração, que começa com mentiras, enganos, roubos, tráfico de drogas etc. e que parece que, em nome deste deus, tudo é permitido. Penso no falso deus do sexo desorientado, no deus que destrói a união familiar, no deus da paixão que engana o homem e a mulher, no falso deus que deixa as crianças desamparadas, no falso deus que destrói o verdadeiro amor, e que resiste a servir uma comunidade. O lugar onde estes falsos deuses são gerados está no nosso coração. É o demônio mesmo que quer destruir nosso coração como templo de Deus. E muita gente entre nós, sem perceber, está sob o poder destes falsos deuses e não dá lugar em seu coração para o único e verdadeiro Deus do amor. Irmãos, não devemos buscar ídolos e falsos deuses em coisas de madeira ou gesso, em imagens ou quadros, mas no nosso coração. Se Moisés voltasse hoje não falaria de imagens, pois hoje não temos o perigo da idolatria, porém gritaria: “Não fabriques falsos ídolos no teu coração, destrói os vícios fonte da toda idolatria”. Isto é o que já fizeram os profetas que vieram depois de Moisés. Assim, quando os evangélicos chegarem às portas de suas casas e lhes dizerem que os católicos são idólatras porque adoram as imagens, já sabem o que responder-lhes. A Bíblia, sim, proíbe os ídolos, os deuses falsos, as representações do mal... Mas nunca proibiu as imagens piedosas de Deus. Se fizer uma imagem piedosa ou prostrar-se ante uma imagem de Deus fosse algo mau, sem dúvida que Jesus no-lo teria dito. E Jesus nunca falou disto. Ao contrário, repetiu muitas vezes: “antes se disse... agora lhes digo” o que confirma a evolução entre o Antigo e o Novo Testamento. Apegar-se a uns textos do A.T. que proíbem fazer imagens de ídolos para argumentar contra quem hoje venera uma imagem piedosa de Deus ou de Maria, por falar pouco, é uma incongruência é desviar a atenção do que realmente é essencial da Bíblia. Por que não centrar a atenção em textos que são essenciais na Mensagem de Jesus, como o amor ao próximo, o primado de Pedro, a oração pela unidade de seus seguidores ou as palavras da Ceia? Não será que se repete aqui aquilo de “coar o mosquito e engolir o camelo?” Algumas seitas dão a impressão de que ficaram petrificadas no A.T. e só por ignorância ou má vontade podem dizer o que dizem. Isto é, se aferram a textos isolados, tiram-nos de seu verdadeiro contexto, e assim confundem os não iniciados na Bíblia. Isto é escandalizar, fazer tropeçar. Já o disse Jesus: Ai do mundo por causa dos escândalos. Portanto: não é correto tirar frases da Bíblia fora de seu contexto para fazer a Bíblia dizer o que nunca disse. Não é correto torcer o sentido dos textos bíblicos para convencer o outro de que sua fé Católica vai contra a Bíblia. Finalmente deve-se ter presente que no A.T. não se podia representar Deus porque o Verbo não tinha tomado corpo nem forma humana. Mas no N.T. é diferente. Com a Encarnação, o próprio Verbo encarnado tomou forma humana e nos mandou guardar sua memória.

Posso mudar de religião?

Posso mudar de religião?

Queridos irmãos,

Outro dia um irmão evangélico me disse: “Por que não vem ao nosso culto e mude de religião como aquele sacerdote católico que se fez pregador do Evangelho?” Respondi-lhe: “Meu amigo, mudar de religião seria para mim um grande pecado. Mas diga-me, como se chama aquele sacerdote que era católico e mudou de religião? onde mora? onde aconteceu isso? Não sabia o que responder-me. Meu irmão evangélico não sabia como se chamava o sacerdote, nem onde vivia... mas depois me contou que tinha um cassete gravado com seu testemunho. Bom, lhe disse, qualquer pessoa pode dizer e gravar o que quiser para semear dúvidas, mas esta história me parece mentira, e não esqueçamos que “Deus odeia os mentirosos” (Pr 6,17).
E supondo que seja verdade que algum sacerdote católico é infiel a sua vocação, isso não é nenhum motivo para que eu troque de religião. Jesus tinha doze apóstolos e um deles o traiu, mas nem por isso devemos abandonar Jesus e a Igreja que Ele fundou.

1. Por que não posso mudar de Igreja?
Em primeiro lugar, a religião não é como a política: hoje pertenço a um partido, e amanhã, se não me agrada, passo a outro. A religião tão pouco é como trocar de camisa. Para mim, a religião é algo que merece muito respeito.
Além do mais, a Igreja católica, da qual sou membro, existe desde Jesus Cristo até agora e é a única Igreja fundada por Jesus Cristo sobre o apóstolo Pedro e seus legítimos sucessores (Mt 16,13-19). E ainda, Jesus disse claramente: “Eu estarei com vocês todos os dias até o final do mundo”. E o Senhor Jesus não mente!
Agora, vejamos. A religião pentecostal começou recentemente, no ano de 1905 nos Estados Unidos, como um movimento de renovação dentro dos metodistas e em pouco espaço de tempo foi se estendendo por todos os países da América Latina.
Desde aquela data até hoje esta prática de divisão tem sido o distintivo dos pentecostais. Alguns dizem que agora já são quase 300 igrejas evangélicas diferentes na América Latina. Eu lhes confesso que tenho muito respeito pelo movimento pentecostal e até acredito que pode chegar a ser um caminho de santidade. Mas, para mim, é impossível mudar de religião, porque estou plenamente convencido de que a Igreja Católica é a única fundada por Jesus Cristo sobre Pedro e, portanto, a única verdadeira.
Um argumento que sempre deveria estar na ponta da língua dos católicos é este: Jesus fundou a Igreja Católica sobre Pedro: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja (Mt 16,18). Daqui se deduz que todas as Igrejas, são edificadas sobre outro fundamento que não seja Pedro, contrariam a expressa vontade de Cristo. Não o esqueçamos jamais:
Além disso, a Igreja Católica é a mais antiga. Tem 2000 anos. Onde estavam, por exemplo, os evangélicos nos anos 100, 500 e 1000 e até no século XVI? Onde estavam quando São Jerônimo traduziu a Vulgata? Onde estavam quando houve as grandes perseguições romanas em que tantos morreram por Cristo? Se para os evangélicos a Igreja começa com Lutero, como se explica a lacuna temporal entre o nascimento de Jesus e o século XVI? Que acontece durante estes 15 séculos de vida da Igreja? Como se cumpre durante este lapso a promessa de Jesus: “Eu estou com vocês...Os evangélicos apareceram somente a partir de 1517, portanto, não têm nem história nem o tesouro da Tradição cristã que nós temos. Tão pouco possuem esta plêiade de quase um milhão de mártires que deram a vida por Cristo e que nós, os católicos, consideramos um grande presente de Deus.
Ainda mais. Dentro da Igreja Católica, Deus me comunica seu Espírito Santo com todos seus Carismas e dons espirituais. Dentro desta Igreja encontro a verdadeira adoração ao Deus único e verdadeiro. A Igreja Católica me comunica seus sacramentos, que são sinais sagrados pelos quais Cristo mesmo me santifica. É, sobretudo, a Igreja Católica a que me oferece o Pão de Vida na Eucaristia ou Santa Missa. “Eu sou o Pão da Vida que desceu do céu, disse Jesus, se vocês não comem do Corpo do Filho do Homem e não bebem seu Sangue, não têm vida” (Jo 6,51,53). A verdade é que existem muitas coisas que Cristo deixou na Igreja e que não as encontro nas igrejas Evangélicas e que, mais uma vez afirmo, somente as encontro na Igreja Católica.

2. A questão da bebida
Também acontece que os irmãos chamam para mudar de religião por questão da bebida. Querem dar a impressão de que os católicos são todos uns bêbados. Que injustiça e calúnia tão grande! Chamam para mudar de religião para “não tomar mais” como se a religião católica fosse uma religião de bêbados! Isto é uma grande falta de caridade e de justiça. Embora às vezes haja pessoas que tenham deixado a bebida ao tornar-se evangélicos, isto não significa que nossa religião seja uma religião de bêbados.
Ultimamente, em alguns lugares, muitos católicos, por diferentes motivos, passaram para os irmãos evangélicos. Mas eu digo aos católicos: Não desanimem. “Não temas, pequeno rebanho, porque foi do agrado do Pai dar-lhes o Reino” ( Lc 12,32).
Na história da Igreja Católica, uma história de 2000 anos, houve épocas em que quase todos abandonaram a verdadeira fé. Por exemplo, no ano 356 entrou a heresia do arianismo entre os crentes e quase todos, até bispos e sacerdotes abandonaram a Igreja. Tempos depois terminou o arianismo e voltaram de novo para a Igreja Católica. Acontecerá o mesmo agora?
No ano 1.200 apareceram na Europa os Cátaros e os Waldenses, homens muito piedosos e espirituais, que pregavam outra religião e tinha-se a impressão de que queriam acabar com os católicos. O fervor destes grupos terminou depressa e hoje em dia já ninguém fala deles. Mas a Igreja Católica continua. Nos anos de 1.500 Lutero e Calvino protestaram contra alguns abusos que havia no interior da Igreja Católica. Formaram igrejas separadas, as igrejas protestantes, que depois com o tempo se dividiram em muitíssimas igrejas. Hoje em dia as igrejas evangélicas se sentem envergonhadas por tantas divisões, e nós católicos também, porque isto contraria a expressa vontade de Cristo quer ver seus seguidores todos unidos como uma só família. As divisões das igrejas são a grande tentação de todos os tempos. O Espírito divino hoje suscita o Ecumenismo no interior de todas as igrejas a fim de recuperar a unidade perdida.

3. Os falsos profetas
Já no tempo de São Paulo houve falsos profetas que transmitiam ensinamentos falsos: “Irmãos, disse o Apóstolo, rogo-lhes, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que se ponham de acordo e que não estejam divididos”. ( 1 Cor 1,10)
“Estou muito admirado de que tão depressa vocês estejam deixando a Deus e que estejam seguindo uma mensagem de salvação diferente. O que acontece é que existe alguns que lhes incomodam e querem mudar a mensagem de salvação de Cristo. Mas se alguém lhes dá uma mensagem de salvação diferente da que lhes temos dado, que esta pessoa seja posta sob nossa maldição” (Gn 1,6-9).
São Paulo escreve o mesmo na carta aos Coríntios contra os falsos apóstolos ( 2 Cor 11,1-15). Alguns tem-se desviado e perdido em discussões inúteis. Querem ser mestres de religião, mas não entendem nem o que eles mesmos dizem, nem o que pretendem ensinar com tanta firmeza ( 1 Tm. 1,4-7 e 6,3-5).
Também o Apostolo Pedro adverte contra os que ensinam mentiras. Há mestres mentirosos entre vocês. Eles ensinam secretamente suas idéias daninhas, negando assim o próprio Senhor que os salvou. Falam mal do verdadeiro caminho que é o evangelho e em sua ambição de dinheiro, exploram vocês com ensinamentos falsos” ( 2 Pd. 2,1-3).

4. Pregar o Evangelho “à minha maneira”
Queridos amigos: eu não invento estes textos; estão escritos na Bíblia. E do mesmo modo que em outros tempos havia grupos de cristãos que pregavam o Evangelho a seu modo, assim não devemos nos estranhar que, agora também, apareçam grupos que pregam e explicam o Evangelho a sua maneira.
Não se desanimem, nem se deixem enganar , não aceitem verdades pela metade que são o mesmo que uma mentira. Sempre existiu a tentação de abandonar a Igreja Católica e formar novas igrejas. Sempre que há problemas, crise ou pecado no seio da Igreja se produz divisões. Acontece o mesmo que numa família. Suponhamos que um dia tudo vai mal em casa, que papai e mamãe se comportam mal, discutem, brigam. Nem por isso os filhos devem sair de casa, mas, com prudência e carinho, devem pedir que os pais se corrijam e se amem entre si.
Onde há pecados, há desunião, cisma, heresias, discussões, separações...Mas onde há virtude, há união de onde resulta que todos os crentes tem um só coração e uma só alma. Assim também devemos amar esta Igreja de Cristo que é santa e pecadora e pedir a purificação desta grande família de Deus. Mas seria um pecado maior sair desta Igreja Católica para formar outra igreja. Cada um deve dizer seu próprio “mea-culpa” pela responsabilidade que lhe cabe na caminhada da Igreja. Queira Deus que nossa Igreja pudesse aparecer “sem mancha nem ruga”, mas por enquanto somos peregrinos para a eternidade, - todos somos caminheiros e todos carregamos a poeira do caminho.
Mesmo que todos abandonem a Igreja Católica, eu continuarei sendo membro desta Igreja de Cristo. Não esqueçamos que no final da vida de Jesus quase todos o abandonaram.
E hoje mais do que nunca está em vigor aquelas palavras de Jesus: “E vocês também querem abandonar-me?” Ao pé da cruz de Jesus estavam somente sua mãe Maria, o Apóstolo João e algumas mulheres ( Jo 6,67).
Queridos irmãos católicos, depois de tudo, falei-lhes com muito amor, mas com um amor que busca a verdade. Não tenho nenhuma intenção de ofender ninguém. E termino lembrando que, por coisas respeitáveis que as religiões evangélicas tenham, o Concílio Vaticano nos diz que somente na religião Católica está a plenitude da doutrina de Cristo e a plenitude dos meios de salvação deixados por Cristo à sua Igreja. E se alguém fica com dúvidas a respeito de alguma parte desta carta, converse com qualquer sacerdote, religioso ou leigo bem informado. “Somente a verdade nos fará livres.” (Jo 8,32).

Qual foi o objetivo primordial do Concílio Vaticano?
O objetivo primordial do Concílio Vaticano foi o de promover a restauração da unidade entre todos os cristãos. Porque sendo uma só a Igreja fundada por Cristo Senhor, são muitas, sem embargo, as denominações cristãs que se apresentam aos homens como a herança de Jesus Cristo.
E naturalmente esta divisão, além de contradizer abertamente a vontade de Cristo, é um escândalo para o mundo e prejudica a pregação do Evangelho a todos os homens.
Deus queira que vamos avançando para a plena unidade. Para aquela unidade que Jesus pediu em sua oração sacerdotal: “Que todos sejam um como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti” (Jo 17,21). Para isto se requer conversão do coração e reconhecimento das próprias culpas. Todos temos parte nas divisões históricas que aconteceram. E aqui temos a palavra de Jesus: “ O que está sem pecado que atire a primeira pedra”.

O sábado ou o domingo?

O sábado ou o domingo?

Queridos irmãos,

Outro dia uma família me contou que recebeu visita de um senhor muito educado. E com o melhor dos sorrisos, o homem lhes ofereceu para vender-lhes uns livros bonitos de cultura geral. Dizem que falou tão bonito de tantas coisas...mas ao final terminou com um assunto de religião, dizendo que os católicos estão enganados, que, segundo a Bíblia, devem substituir a celebração do Domingo pela do sábado, pois o sábado é o dia bíblico e o Domingo uma adulteração dos católicos.
Eu lhes expliquei que tal pessoa, seguramente, era um missionário da religião Adventista do Sétimo Dia. Pois são eles quem observam o sábado e proclamam que eles são os únicos que cumprem a Bíblia.
Que devemos pensar de tudo isto?
Bom, antes de falar do dia do Domingo ou sábado, devemos dizer que os irmãos adventistas são, nesta observância do sábado, tão escrupulosos como os fariseus que o santo Evangelho nos mostra. Não aprenderam nada da “liberdade de espírito” com que Jesus falava sobre o dia de sábado.
Ademais, os adventistas estudam a Bíblia com base em textos isolados, e esquecem que a Revelação Divina segue na Escritura uma evolução progressiva; e sem seguir verdadeiro sentido de um ensinamento bíblico.
Não devemos permanecer com umas poucas páginas da Bíblia, mas devemos ler toda a Bíblia.

1. O que o A.T.nos ensina acerca do dia sábado?
A palavra “sabat” (sábado) significa “descanso”, “repouso” ou “cessação”. Isto é, que “sábado” significa simplesmente “um tempo de descanso” e não tem originalmente nenhum significado como “o sétimo dia da semana”.
De fato, na Bíblia, se emprega a palavra “sábado” com diversos significados Ás vezes significa “um repouso” de um dia ( Ex20,10 ). Outras vezes este repouso é de “um ano” ( Lev 25,4 ). Alguma vez indica também um período de 70 anos ( 2 Cr 36,21 ).
Agora bem, de onde vem o dia de sábado como sétimo dia consagrado a Deus? Leiamos a Bíblia: “Assim foram feitos o céu e a terra e tudo o que existe neles. Deus terminou seu trabalho no sétimo dia, e descansou neste dia de tudo o que tinha feito. Deus bendisse o sétimo dia e o tornou santo porque nesse dia Ele descansou de todo seu trabalho de criação” (Gn2,2-3). “Em seis dias Javé fez o céu e a terra, o mar e tudo quanto neles existe, mas no sétimo dia Javé descansou, e por isso abençoou o sábado e o tornou sagrado” (Ex 20,11). “Seis dias trabalharás e farás tuas obras, mas o sétimo é o sábado de Javé teu Deus” (Dt 5,13-14).
Percebemos que nestes textos a palavra “sábado” (descanso) tem para os israelitas do Antigo Testamento um novo sentido, um sentido religioso. O sábado lhes recordava a criação de Deus em seis dias com seu descanso no Sétimo dia; este último dia é consagrado a Deus. E o homem também com seu trabalho imitava a atividade de Deus Criador e com seu “descanso” (“sabat”) do sétimo dia, o homem imita o repouso sagrado de Deus (Ex 31,13).
Assim o dia de sábado se converteu para os israelitas num sinal, numa de suas práticas mais típicas e importantes. Este sinal do dia de sábado e a circuncisão eram características mediante as quais o povo de Israel se distinguia dos outros povos que o rodeavam E durante toda a história do A.T., o povo de Israel guardou fidelidade a estes dois sinais.
Com o tempo a prática do repouso do sábado foi assumida pela lei judaica em forma muito restrita, com 39 proibições de trabalho: proibição de acender lenha(Num 15,32); proibição de preparar alimentos (Ex 16,23); proibição de acender fogo (Ex 35,3); etc. Pouco a pouco a prática do repouso do sábado se converteu em uma observância escrupulosa e hipócrita. Os profetas do A.T. lançam uma dura crítica contra a prática legalista do sábado que converteu os israelitas num povo sem devoção interior ( Os 1,2 e Os 2,13).

2. Jesus celebrava o dia de sábado?
Jesus não suprime explicitamente a lei do sábado. Ele, em dia de sábado, visitava a sinagoga e aproveitava a ocasião para anunciar o Evangelho (Lc 4,16). Mas Jesus como os profetas, atacava o rigorismo formalista dos fariseus e dos mestres da Lei: “O sábado está feito para o homem e não o homem para o sábado” (Mc 2,27). Para Jesus o dever da caridade é anterior à observância material do repouso; por isso, Ele fez várias curas em dia de sábado, obras proibidas neste dia (Mc 3, 1-6; Lc 14,1-6; Lc 6,1-5). Ademais, Jesus se atribuiu poder sobre o sábado: “o Filho do Homem é Senhor do sábado” (Mc 2,28), Em outras palavras, Jesus é dono do sábado (Lc 6,1-5)
É claro que esta nova maneira de observar o sábado se chocou violentamente com a mentalidade legalista dos fariseus. E esta era uma das acusações graves contra Jesus (Jo 5,9). Mas Ele estava consciente de que, fazendo o bem no dia de sábado, imitava seu Pai, o qual tendo repousado no sétimo dia, no final da criação, continua governando o mundo e vivificando os homens. “Meu Pai trabalhou até agora, e eu também trabalho” (Jo 5,17).
A atitude de Jesus perante o dia de sábado nos ensina que ele agiu com liberdade de espírito frente a essa lei, e nunca considerou a observância do sábado como algo essencial em sua pregação; isto era para Jesus algo menos importante.
Jesus disse claramente “que não veio para suprimir a lei, mas para dar-lhe seu verdadeiro significado” (Mt 5,17). Em atitude não se trata de cumprir a lei ao pé da letra, mas promover uma evolução da lei para sua perfeição.

3. A Ressurreição de Jesus
O argumento fundamental para optar pelo dia de Domingo procede da Ressurreição do Senhor. Os quatro evangelistas concordam com a Ressurreição de Cristo aconteceu no “primeiro dia da semana”, que corresponde ao Domingo de agora (Mt 28,1; Mc 16,2; Lc 24,1; Jo 20,1 e 19). O fato da Ressurreição de Cristo ser no dia de Domingo, para os discípulos era altamente significativo e será desde então o centro da fé cristã. Existem duas razões fundamentais para celebrar este dia da Ressurreição:
1) Com sua Morte e Ressurreição, Jesus começou a Nova Aliança e terminou a Antiga Aliança. Durante a última Ceia, Jesus proclamou: “Este cálice é a Nova Aliança, selado com meu sangue, que vai ser derramado por vocês” (Lc 22,20). Os discípulos de Jesus pouco a pouco perceberam que nesta Nova Aliança a lei de Moisés e suas práticas teriam outro sentido.
2) A Morte e Ressurreição de Cristo significavam também para os primeiros cristãos a Nova Criação, já que Jesus culminava sua obra precisamente com sua morte e Ressurreição justamente no Domingo, que será desde então “o dia do Senhor”. Nós também recebemos a promessa de entrar com Cristo neste repouso (Hb 4,1-16). Então, o Domingo, “o dia do Senhor”, será o verdadeiro dia de descanso, em que os homens repousarão de suas fadigas à imagem de Deus que descansa de seus trabalhos (Hb 4,10 e Ap 14,13).
Daqui em diante a fé dos cristãos tem como centro Cristo Ressuscitado e Glorificado. E para eles era muito lógico celebrar o “Dia do Senhor” (Domingo) como o “Novo dia” da Criação (Is 2,12).

4. A prática dos primeiros cristãos
Os primeiros cristãos seguiram no começo observando o sábado e aproveitaram as reuniões sabáticas para anunciar o Evangelho no ambiente judeu (At 13,14). Mas logo o primeiro dia da semana (o Domingo) começou a ser o dia do culto da Igreja primitiva. “No primeiro dia da semana, estando nós reunidos para partir o pão...” (At 20,7). Sabemos que “partir o pão” é a expressão antiga para designar a santa Missa ou Eucaristia. É então muito claro que os primeiros cristãos tinham sua reunião litúrgica – a santa Missa – no dia de Domingo, tal como se faz hoje, João, o autor do livro do Apocalipse, escreve: “Sucedeu que, no dia do Senhor, fiquei sob o poder do Espírito Santo” (Ap 1,10).

5. O que nos ensina o apóstolo Paulo?
Jesus tinha dito: “Eu não vim para acabar com a lei, mas para completar a lei, dando-lhe sua última perfeição” (Mt 5,17). São Paulo em suas cartas desenvolve esta mesma idéia: “O fim da lei é Cristo” (Rm 10,4). Assim, para o apóstolo, a plenitude da lei não se encontra no cumprimento literal da lei, mas na fé em Cristo. Paulo diz que “a lei foi nosso mestre até Cristo” (Gl 3,24) e com Cristo se inicia a Nova Aliança (ICor 11,25). O apóstolo Paulo teve suas discussões acerca do dia do Senhor. No começo tinha o costume de pregar nas sinagogas no dia de sábado para os judeus, mas quando recusavam seus ensinamentos, ele se voltava para os gentios. Neste ambiente não judeu. Paulo não dava importância aos costumes judeus, como a circuncisão, o dia sábado, etc. Paulo se reunia com os novos crentes no primeiro dia da semana, e transladavam as práticas que os judeus costumavam fazer em dia de sábado, como a coleta da esmola, para o primeiro dia da semana (1Cor 16,1-2).

Jesus tinha irmãos?

Jesus tinha irmãos?

Queridos irmãos,
Lemos na Bíblia que os habitantes de Nazaré falando sobre Jesus diziam: “Este é o Filho do carpinteiro, sua mãe é Maria, é irmão de Tiago, José, Simão e Judas, e suas irmãs vivem também aqui entre nós” (Mt 13,55-56). Em outro lugar da Bíblia lemos: “Um dia Jesus estava pregando e os que estavam sentados ao redor dele disseram-lhe: “Tua Mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram” (Mc 3,32).
Os que não conhecem bem a Bíblia tiram deste texto a precipitada e errônea conclusão de que Maria teve mais filhos e por que tal motivo não pode ter ficado virgem, como os católicos acreditam. Muitos irmãos evangélicos falam assim, ao que parece, não por amor à verdade, mas simplesmente para desorientar os católicos e para que o povo simples abandone a verdadeira fé em Cristo, em sua Igreja e na Virgem Maria. Nesta carta quero explicar-lhes como estão equivocadas estas pessoas que pensam que Jesus teve mais irmãos no sentido estrito.

1. “Irmãos e irmãs no sentido bíblico”
É verdade que nos evangelhos fala-se dos “irmãos e irmãs de Jesus. Mas isso não quer dizer que sejam irmãos de sangue de Jesus, ou filhos e filhas da Virgem Maria. Jesus, na sua época, falava o idioma aramaico (que é como um dialeto do hebraico), e nas línguas aramaica e hebraica se usava a mesma palavra para expressar os distintos graus de parentesco próximo, como primo, irmão, tio, sobrinho, primo segundo...E para indicar estes graus de parentesco, simplesmente usavam a palavra “irmão ou irmã”. Por exemplo: Abraão chama de irmão seu sobrinho Lot (Gn 13-8 e Gn 14,14-16). Labão diz “irmão” ao sobrinho Jacó (Gn 29-15).
Isto é, na Bíblia não se usam as palavras “tio” ou “sobrinho”, mas são chamados de irmãos os que descendem de um mesmo avô. Porém, para evitar confusões a Bíblia usa vários modismos. Por exemplo: tratando-se de irmãos verdadeiros, filhos de uma mesma mãe, usava-se a expressão: “Tua mãe e os filhos da tua mãe”. Esta era a única forma correta de se expressar. Em Mt 16,17 usa-se a expressão “Simão, Filho de Jonas” para dizer que o pai de Simão é Jonas. Em nenhum lugar do Evangelho fala-se dos irmãos de Jesus em sentido estrito, como “filhos de Maria”. Portanto na Bíblia não aparece nenhum irmão de Jesus segundo a carne. No Evangelho de Lucas lemos que Jesus subiu a Jerusalém junto com Maria e José. O menino Jesus tinha já doze anos. Este relato não menciona nenhum irmão de Jesus em sentido estrito. Assim, o texto nos faz entender que Jesus é o filho único de Maria (Lc 2,41-52).
No momento de morrer, Jesus confiou sua mãe Maria ao apóstolo João, filho de Zebedeu, precisamente porque Maria ficava sozinha, sem filhos próprios e sem esposo. Para os judeus uma mulher que ficava sozinha era sinal de maldição. Por isso, Jesus confia Maria a João e também João a Maria.
“Quando Jesus viu sua mãe, e de pé junto dela o discípulo a quem ele amava muito, Jesus disse a sua Mãe: “Mãe, aí tens o teu filho”. Depois disse ao discípulo: “Aí tens tua mãe”. E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa (Jo 19,26-27).

2. Quem são estes irmãos de Jesus?
A Bíblia nomeia quatro “irmãos” de Jesus: (Mt 13,55-56). Aqui encontramos os nomes de quatro irmãos de Jesus: Tiago, ou Jacó, José, Simão e Judas. Destes quatro irmãos de Jesus acima mencionados, dois eram apóstolos: Tiago, “o irmão do Senhor” (Gl 1,19) é o Apóstolo Tiago, o “Menor” (Mc 15,40) e Judas, “servidor de Jesus Cristo e irmão de Tiago”. A mãe do Apóstolo Tiago, o Menor, se chama Maria e esta Maria, Mãe de Tiago e José, estava junto à cruz de Jesus (Mc 15,40) e era “irmã de Maria, a Mãe de Jesus”, (Jo 19,25) e tia de Jesus. O evangelista a chama de Maria de Cléofas (Jo 19,25). Comparando os textos bíblicos entre si é evidente que nem Tiago nem os outros três mencionados “irmãos de Jesus” eram filhos da Virgem Maria e de José, mas primos irmãos de Jesus.
Façamos a árvore genealógica das duas famílias:
Pai + Mãe = filho (José + Maria = Jesus)
Alfeu ou Cléofas + Maria = filhos: Tiago, José, Simão e Judas.

3. Jesus é o filho primogênito de Maria
Outros dizem que a Bíblia nomeia Jesus como o “primogênito”, ou seja, o primeiro filho de Maria, e isso é sinal de que Maria teve mais filhos. O fato de que Jesus seja “primeiro filho” não significa que a Virgem Maria tivesse mais filhos depois de Jesus; de forma nenhuma o Evangelho quer dizer isto. “E Maria deu à luz o seu filho primogênito” (Lc 2,7), quer dizer que “antes de Jesus nascer, a Virgem não tinha tido outro filho”. Isto era muito importante para os judeus, porque sendo Jesus o primogênito, ou seja, o primeiro filho, ficava consagrado totalmente a Deus (Ex 13,2). A Lei do Senhor mandava que o primeiro filho fosse consagrado ou oferecido totalmente a Deus (Ex 13,12 e Ex 34,19). Por isso, Jesus, por ser o primogênito, ou primeiro filho, já desde o seu nascimento ficava consagrado totalmente ao serviço de Deus. Isto, e não outra coisa, é o que o Evangelho ensina ao dizer que Jesus foi o “primeiro filho” (Primogênito), da Virgem Maria. Em nenhum caso quer dizer o primeiro entre outros irmãos.

4. O uso da palavra “irmão” no sentido religioso
Um dia Jesus perguntou aos seus discípulos: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos? “E olhando os que estavam ao seu redor acrescentou: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos. Porque todo aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt 12,49-50). Jesus foi o primeiro a usar a palavra “irmão” não em sentido carnal, mas em sentido figurado. No Evangelho de João (20,17) Jesus chama seus discípulos e apóstolos de “meus irmãos” e na carta aos Hebreus (2,11) todos os redimidos por Cristo são “seus irmãos”. Cristo é “o Primogênito destes irmãos” (Rm 8,29).
Neste sentido aparece a palavra “irmão” 160 vezes nas cartas apostólicas do N.T. “Irmãos, pois, neste sentido, hoje como ontem, são todos os que acreditam e aceitam Jesus”. E nisto os irmãos evangélicos são muito inconseqüentes porque em seus sermões usam repetidamente a expressão “irmãos” em sentido figurado (todo o mundo entende que não se trata de irmãos carnais). Mas quando se trata de interpretar esta palavra no N.T. dizem que se deve entende-la no sentido carnal, de verdadeiros irmãos segundo o sangue.
A Igreja Católica, como as igrejas evangélicas, tem agora também o costume de chamar seus fiéis de “irmãos e irmãs”. Isto significa que todos somos irmãos segundo a carne? De forma nenhuma, mas que utilizamos a palavra “irmão” em sentido figurado. Por que então os evangélicos têm tanto empenho em interpretar a palavra “irmão” somente no sentido literal para concluir que a Virgem teve mais filhos? Não existe aqui uma adulteração ou má interpretação de textos? Não será que utilizam estes textos apenas como um pretexto para confundir os católicos pouco familiarizados com a Bíblia? Queira Deus, que estas palavras “irmão e irmã não sejam para nós palavras conflitivas. Irmãos segundo a carne são os filhos dos mesmos pais. Irmãos segundo o espírito somos todos os seres humanos, e principalmente os que são membros de uma mesma comunidade ou família religiosa. Queridos irmãos e amigos em Cristo: Creio que estas explicações são suficientes para esclarecer o sentido bíblico da expressão “irmãos e irmãs de Jesus”. Que ninguém venha agora incomodá-la com discursos errôneos e dizer-lhes que Maria tinha muitos filhos... Os que assim falam são pessoas que não conhecem bem a Bíblia; é gente que interpreta a palavra de Deus segundo seu arbítrio e querem somente semear dúvidas e mentiras. Não disse o Apóstolo Pedro que devemos ser prudentes com nossas interpretações particulares da Bíblia? (2Pd 1,20). E por fim, queridos irmãos, eu também os chamo com a palavra irmãos, peço-lhes que não façam caso de fofocas, mas que sejam realmente capazes de viver este grande sonho de Jesus Cristo que é construir o Reino de Deus onde todos os homens voltarão a ser irmãos.

O que disse o Concílio Vaticano sobre o Ecumenismo?
O Concílio Vaticano II nos recorda que “Cristo, antes de oferecer-se a si mesmo na Cruz, como vítima imaculada, orou ao Pai pelos crentes dizendo: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste” (Jo 17,21). Jesus instituiu em sua Igreja o admirável sacramento da Eucaristia, por meio do qual significa e se realiza a unidade da Igreja”.

Quem Jesus enviou depois da sua Ressurreição?
Jesus, depois de sua Ressurreição, enviou o Espírito Santo que tinha prometido, e por meio do qual chamou e congregou o povo da Nova Aliança, que é a Igreja, na unidade da fé, da esperança e da caridade, como ensina o Apóstolo: “Um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef 4,5).

Qual é, pois, o princípio de unidade dos crentes?
O princípio de unidade dos crentes é o Espírito Santo que habita nos fiéis, enche e governa toda a Igreja, realiza esta admirável união dos fiéis e os une estreitamente a Cristo.

A quem Deus confiou o ofício de ensinar, reger e santificar a Igreja até o fim dos tempos?
Jesus Cristo confiou aos doze apóstolos o ofício de ensinar, de reger e de santificar (Mt 18,18). E os sucessores dos apóstolos são hoje os Bispos e o Papa.

A quem Jesus destacou de forma especial?
Dentre os doze apóstolos, Jesus destacou especialmente Pedro sobre o qual determinou edificar sua Igreja, depois de exigir-lhe a profissão de fé. A ele prometeu as chaves do Reino dos céus, e prévia manifestação de seu amor, confiou-lhe seu rebanho para que confirmasse na fé e o apascentasse na perfeita unidade, reservando-se ser Ele mesmo a Pedra fundamental e o Pastor de nossas almas (Mt 16,19; Mt 18,18; Lc 22,32).

Por que os cristãos santificam o dia de domingo?
“A Igreja, por uma tradição apostólica, que traz sua origem no mesmo dia da Ressurreição de Cristo, celebra o Mistério Pascal no dia que se chamou com razão: dia do Senhor, ou Domingo. Neste dia, os fiéis devem reunir-se a fim de que, escutando a palavra de Deus e participando da Eucaristia, recordem a Paixão, a Ressurreição e a glória do Senhor Jesus”.

O que acontece hoje?
O que acontece hoje é que para muitos cristãos o dia de Domingo é apenas um dia de descanso, sem nenhuma referência a Deus, o que é um contra-senso.

Jesus quis uma só Igreja?

Jesus quis uma só Igreja?

Queridos irmãos:

Não é raro escutar dos lábios de algum católico: “Eu amo Jesus mas a Igreja não me importa”. Creio que esta opinião, para muitos, é simplesmente um pretexto para continuar vivendo como “católicos à sua maneira”. Não fazem caso da Igreja, não vão à Missa, não querem preparar-se para receber dignamente os sacramentos, não obedecem à hierarquia eclesiástica; somente quando lhes convém se aproximam da Igreja e dizem que seguem a religião “à sua maneira”.
Outros, não sem sofrimento vão repetindo que sua aspiração é amar Cristo mas à margem da Igreja. Eles se separam de sua Igreja porque não vêem uma clara coerência entre o que se diz e o que se faz; sentem que a linguagem e a vida dos católicos estão afastados do Evangelho.
A Igreja não é algo abstrato, somos nós, leigos e pastores, comunidade crente, seu rosto visível. A Igreja é humana e divina ao mesmo tempo. E sabendo que esta Igreja leva em seus membros os sinais do pecado, é preciso que nos perguntemos seriamente: Que Igreja confessamos, em que Igreja cremos, em que Igreja servimos? A resposta é clara: Pertencemos à Igreja que Jesus Cristo sonhou, à Igreja que Jesus Cristo realmente quis. Tudo o que eu digo aqui não é invenção de homens, é Cristo mesmo quem no-lo ensinou. Leiamos com atenção a Bíblia e meditemos juntos os ensinamentos sagrados a respeito de Jesus Cristo e sua Igreja.

O que nos ensina a Bíblia?
No Antigo Testamento, Deus quis santificar e salvar os homens não individualmente, mas quis fazer deles um povo. Dentre todas as raças, Javé Deus escolheu Israel como seu Povo e fez deles um povo. Dentre todas as raças, Javé Deus escolheu Israel como seu Povo e fez uma aliança ou um pacto de amor, com este povo.
Foi lhe revelando sua pessoas e seu plano de salvação no decorrer da história do Antigo Testamento. Tudo isto, entretanto, aconteceu como preparação para a aliança mais nova e mais perfeita que ia realizar em seu Filho Jesus Cristo, isto é, este povo israelita do Antigo Testamento era a figura do novo Povo de Deus que Jesus ia revelar e fundar: a Igreja.

Como Jesus preparou sua Igreja?
1.Jesus começou com o anúncio do Reino de deus. Em seu primeiro ensinamento o Senhor proclamou: “Chegou o tempo, e Reino de Deus está próximo. Mudem de atitude e creiam no evangelho de salvação” (Mc 1,5). Mas o povo de Israel rejeitou Jesus como Messias e Salvador e não aceitou seus ensinamentos. Por isso Jesus começou a formar um pequeno grupo de discípulos e enquanto ensinava à multidão com exemplos, explicou os mistérios do Reino de Deus para seus discípulos (Lc 8,10).
2.Entre os discípulos, o Senhor escolheu doze Apóstolos (enviados) com Pedro como cabeça (chefe). “Os Doze” serão as células fundamentais e as cabeças do novo povo de Israel (Mc 3,13-9 e Mt 19,28). Para os judeus “doze” era um número que simboliza a totalidade do povo eleito (como as doze tribos de Israel). E o fato de que houvesse Doze apóstolos anunciou a reunião de todos os povos no futuro novo Povo de Deus. Jesus preparou seus apóstolos com muita dedicação: iniciou-se no rito batismal (Jo 4,2) , na pregação, no combate contra o demônio e as doenças (Mc 6,7-13), ensinou-lhes a preferir o serviço humilde e a não buscar os primeiros lugares (Mc 9,35), a não temer as perseguições (Mt 10), a reunir-se para orar em comum (Mt 18,19) e a perdoar-se mutuamente (Mt 18,1). E também preparou seus apóstolos para fazer missões dentro do povo de Israel (Mt 10,19). Depois da Ressurreição de Jesus receberam a ordem de ensinar e batizar a todas as nações (Mt 28,19).
3.entre os doze, Pedro é quem recebeu de Jesus a responsabilidade de “confirmar” seus irmãos na fé (Jo 21,15-7). Além disso Jesus o estabeleceu como uma pedra de unidade: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja e as portas do inferno nada poderão contra ela” (Mt 16,18).
A Pedro, “a rocha” que garantiu a unidade da Igreja, Jesus deu a responsabilidade de chefia sobre a Igreja. É Pedro quem abre e fecha as portas da Cidade celestial e ele tem também em suas mãos os poderes disciplinares e doutrinais: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; o que proíbes aqui neste mundo ficará também proibido no céu e o que permitas neste mundo ficará permitido no céu”.
Jesus encarregou aos Doze a renovação da Ceia do Senhor: “Façam isto em memória de Mim” (Lc 22,19). Deu-lhes também a responsabilidade de “atar e desatar” que se aplicará especialmente ao juízo das consciências (Mt 18,18). “Recebam o Espírito Santo. Se vocês perdoam os pecados de alguém, estes já foram perdoados e se não os perdoam, ficam sem perdoar” (Jo 20,22-23).
4.Estes textos dos evangelhos já revelam a natureza da Igreja, cujo criador e Senhor é Jesus Cristo mesmo. Jesus deu claras indicações de uma Igreja organizada e visível, uma Igreja que será aqui na terra sinal do Reino de Deus. Ademais Jesus quis realmente sua Igreja construída sobre a rocha e quis que sua presença perpetuasse em sua Igreja, pelo exercício dos poderes dos Apóstolos e pela eucaristia. E o poder do Inferno não poderá vencer esta Igreja.

A Igreja nasceu na Páscoa e em Pentecostes
A Igreja, tal como Jesus a quis, é aquela pela qual ele morreu. Com sua morte e ressurreição na Páscoa , Jesus terminou a obra que o Pai lhe encarregou na terra. Mas o Senhor não deixou órfãos os apóstolos (Jo 14,16), enviou-lhes seu Espírito no dia de Pentecostes para reunir e santificar estes homens num Povo de Deus (Jo 20,22).
No dia de Pentecostes foi quando a Igreja de Cristo se manifestou publicamente e começou a difusão do Evangelho entre os povos mediante a pregação (At 2). A Igreja é quem convoca todas as nações num Povo para fazer delas discípulos de Cristo (mt 28,19-20). ( A palavra grega “ecclesia”, que aparece no N.T. 125 vezes, significa em português “assembléia convocada” ou “Igreja”). Os que crerem em Jesus Cristo e forem renascidos pela Palavra de Deus vivo ( 1Pd 1,23) não da carne, mas da água e do Espírito ( Jo 3,5-6), passam a constituir uma raça eleita, um reino de sacerdotes, “uma nação santa”.

A Igreja é o Corpo de Cristo
O Apóstolo Paulo é o autor inspirado que mais esquadrinhou o profundo mistério da Igreja. Quando naquele tempo Saulo perseguia, o próprio Senhor lhe apareceu no caminho de Damasco.
Ali Saulo teve a revelação de uma misteriosa identidade entre Cristo e a mesma Igreja: “eu sou Jesus, o mesmo a quem persegues” ( At 9,5). E em suas cartas, Paulo continua refletindo sobre esta união misteriosa entre Cristo e sua Igreja. Sigamos agora a meditação do apóstolo Paulo sobre Igreja.
A realidade da Igreja como “o Corpo de Cristo” ilumina muito bem a relação íntima, entre a Igreja e Cristo. A Igreja não está reunida somente em torno de Cristo; está sempre unida a Cristo , em seu corpo. Há quatro aspectos da Igreja como “Corpo de Cristo” que Paulo ressalta especificamente.
1.”Um só Corpo”. A Igreja, para o apóstolo Paulo, não é tal ou qual comunidade local; é, em toda sua amplitude e universalidade, um só Corpo (Ef 4,13). É o lugar de reconciliação dos judeus e gentios ( 1 cor 12,13). Ademais esta viva união é mantida pelo pão eucarístico. “Mesmo sendo muitos, todos comemos o mesmo pão, que é um só; e por isso somos um só corpo” (1 Cor 10,17).
2.cristo “é a Cabeça do Corpo que é a Igreja” (Col 1,18). Diz o apóstolo Paulo: “Deus colocou tudo sob os pés de Cristo, para que, estando acima de tudo, fosse Cabeça da Igreja, a qual é seu Corpo” (Ef 1,22). Cristo é distinto da Igreja mas Ele está unido a ela como sua Cabeça. Com efeito, Cristo é a Cabeça e nós somos os membros; o homem inteiro é Ele e nós. Cristo e a Igreja são um só portanto, o “Cristo Total” é Cristo e a Igreja.
3.A Igreja é a Esposa de Cristo. A unidade de Cristo é sua Igreja, Cabeça e membros do Corpo, implica para Paulo também numa relação muito pessoal. Cristo ama a Igreja e deu sua vida por ela (Ef 5,25). Esta imagem joga um raio de luz sobre a relação íntima entre a Igreja e Cristo. “Os dois serão uma só carne. Grande mistério é este, eu lhe digo, com respeito a Cristo e a Igreja” (Ef 5,31-32).
4.O Espírito Santo é o princípio da ação vital em todas as partes do corpo. O Espírito Santo atua de múltiplas maneiras na edificação de todo o Corpo.“Há um só corpo e um só espírito”.
E por Cristo todo o corpo está bem ajustado e unido, em si mesmo por meio da união entre todas as partes; e quando uma parte trabalha bem, tudo vai crescendo e desenvolvendo-se com amor (Ef 4,4). Os diferentes dons do espírito santo (dons hierárquicos e carismáticos) estão ordenados à edificação da Igreja, ao bem dos homens e às necessidades do mundo ( 1 Cor. Caps. 12 e 13).


Diversas imagens bíblicas da Igreja
No N.T. encontramos distintas imagens que descrevem o mistério da Igreja. Muitas destas figuras, já estão insinuadas nos livros dos profetas e são tomadas da vida pastoril, da agricultura, da construção, como também da família e dos casamentos. Nesta carta não podemos analisar todas estas figuras que representam a Igreja. Seria demasiado extenso. Quero referir-me somente às imagens mais importantes da Igreja com seus respectivos textos da Bíblia. É uma boa oportunidade para que vocês leiam e meditem pessoalmente com a Bíblia. No N.T. a Igreja é apresentada como: “aprisco ou rebanho” (Jo 10,1-10), “campo e vinha do Senhor” ( Mt 21,33-34 e Jo 15, 1-5), “edifício e templo de Deus” ( 1 Cor 3,9), “cidade santa e Jerusalém Celeste” (Gl 4,26), “nossa mãe e esposa do Coedeiro” (Ap 12,17 e 19,7).

Irmão ou padre?

Irmão ou padre?

Queridos irmãos católicos,


Percebo que os irmãos evangélicos têm certo medo de chamar “padre’’ aos sacerdotes. Embora saibam muito bem, que é costume chamar o ministro da Igreja Católica de Padre, alguns dizem “senhor” e no melhor dos casos, me chamam de “irmão”. Também há quem me chame de “senhor sacerdote”. ( E me consta que depois dizem sem mais nem menos a seu povo que os sacerdotes mataram Cristo, porque dizem que também assim está na Bíblia!)
Não importa como se chamem ou o que pensam de mim. Sei que Deus conhece os pensamentos mais íntimos e é Ele quem me vai julgar.
Nesta carta quero explicar-lhes a origem deste nome de “padre” e depois em outra carta lhes falarei sobre os sacerdotes, os sacerdotes, os que eles dizem que mataram o Senhor.

1. O texto bíblico
Gosto que me chamem de “irmão”, mas não devem pensar que cometem algum pecado se me chamam de “padre”. Seguramente terão ouvido aquele texto bíblico que diz: “Quanto a vocês, nunca se deixem chamar mestre, pois um só é o Mestre de vocês, e todos vocês são irmãos. Na terra, não chamem a ninguém Pai, pois um só é o Pai de vocês, aquele que está no céu (Mt 23,8-9), e é por isso que muitos pensam que não devem chamar, de jeito nenhum, “padre” a um sacerdote.
Irmãos e amigos: lendo bem toda a Bíblia vemos que as Sagradas Escrituras fazem sempre esta distinção entre “Pai”, como título de honra reservado ao Deus Único, fonte e fim de todas as coisas, e pai com minúscula, isto é, o pai que dá vida humana ou “padre espiritual”.
O mesmo acontece com a palavra Mestre. O único Mestre – com maiúscula -, é Deus, mas isto não tira que, mesmo entre nós, chamemos mestre – com minúscula- a qualquer professor ou mestre marceneiro. Isto é, temos um Pai e Mestre por excelência que é Deus. Um Pai e Mestre – com letra grande -, que é o Deus Único e ningém pode apropriar-se deste título. Mas há inúmeros padres e mestres, digamos que por acomodação mas que participam de alguma forma da paternidade e do mestrado de Deus.

2. Que nos diz a Bíblia sobre o nome de “Pai”?
A Bíblia nos diz abertamente que Deus é o único Pai e Mestre. Deus é o único Pai, fonte e origem de todas as coisas. Diz o Apóstolo: “Para nós, existe um só Deus: o Pai. Dele tudo procede e para ele é que existimos. E há um só Senhor, Jesus Cristo, por quem tudo existe e por meio do qual também nós existimos” (1Cor 8,6).
De acordo com este texto bíblico, está claro que não devemos dar este título divino a ninguém mais além de Deus. Ele é o Pai e Mestre por natureza. Nele está a origem do bem, da vida e de toda sabedoria.
Examinemos o contexto da frase de Jesus: No evangelho de Mateus, cap 23, num longo discurso, Jesus acusa os fariseus e os mestres da lei, porque gostam muito dos títulos de honra. Consideram-se autorizados para interpretar a lei de Moisés ao seu arbítrio (vs 2), gostam de carregar na frente e no braço partes das Sagradas Escrituras (vs6), gostam de ser saudados com todo o respeito nas praças e de ser chamados de mestres (vs7). É neste contexto que Jesus lhes diz: “Quanto a vocês , nunca se deixem chamar de mestre, pois um só é o Mestre de vocês, e todos vocês são irmãos. Na terra, não chamem a ninguém de Pai, pois um só é o Pai de vocês, aquele que está no céu (vs8,9). “Pelo contrário, o maior de vocês deve ser aquele que serve a vocês” v. 11). Porque quem se eleva será humilhado será elevado” (v 12).
Queridos irmãos, está muito claro que Jesus não quer que demos títulos de honra a nenhum membro da comunidade. Mas não devemos pensar que Jesus quer acabar com toda autoridade entre nós, antes pede que existam responsáveis na comunidade dos que crêem, que sirvam com muita humildade ao povo e que esta autoridade não deve ofuscar a do único Pai, Deus. O que importa na realidade não é o título que se dá aos responsáveis pela comunidade, mas o serviço humilde que eles prestam. E é para expressar este serviço de paternidade espiritual que o povo, desde séculos e séculos, chama, por acomodação, “pais” aos sacerdotes.

3. Jesus chama a Deus: Meu Pai
Jesus na sua condição de Verbo encarnado (como homem) se define como: “o Filho único do Pai, por natureza”. “Meu Pai, por natureza”. “Meu Pai entregou tudo a mim. Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o filho quiser revelar” (Mt 11,27). Estes textos bíblicos nos fazem ver que existe uma relação íntima e única entre o Pai e o Filho. Jesus é o único que pode, com toda propriedade, chamar Deus de Pai. Ele é seu filho por natureza.
Por nossa vez, nós também chamamos Deus “nosso Pai”, já que pelo poder do Espírito Santo, somos filhos de Deus. Jesus é Filho por natureza, nós somos seus filhos por adoção. Deus é o Pai Único, fonte de todas as coisas, e nós não devemos dar a ninguém este título divino. Isto é o que Jesus queria dizer no seu discurso contra os fariseus e mestres da lei (Mt. 23,9), que se apropriavam de títulos divinos. Mas Deus não queria dizer nem que os filhos deixem de chamar de pai ao seu papai, nem que numa comunidade cristã os fiéis não possam chamar de pai seu sacerdote. Isto já seria um exagero.
O texto também diz: “Não chamem Mestre a ninguém, pois um só é o vosso Mestre”. É certo que Jesus Cristo é o único Mestre fonte de toda Verdade e Sabedoria (Jo 18,37), mas Deus não se opõe a que chamemos de mestre – por participação – a um professor, ou um mestre marceneiro. O argumento é o mesmo.
Entendidas assim as coisas, tanto a palavra “Pai” como a palavra “Mestre” em sentido próprio são títulos exclusivos de Deus, mas em sentido figurado, por acomodação, podemos aplicá-los a outras pessoas. E assim, tanto a palavra “pai” como a palavra “mestre” formam parte da linguagem comum e corrente que empregamos no dia-a-dia para conversar e para entender-nos.
Em conseqüência, um filho pode chamar “pai” a seu papai, e um paroquiano pode chamar “pai” a seu pai espiritual ou sacerdote, como pode chamar “mestre” a seu professor. As próprias escrituras não têm nenhuma dificuldades em usar estes nomes. Jesus mesmo disse: “Honre seu pai e sua mãe” (Lc 18,20). E o Apóstolo Paulo repete várias vezes:”5 “Filhos obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo” (Ef 6,1). Se o Apóstolo chama de filhos na fé a quem gerou pela pregação, significa também que seus “filhos” espirituais podem chamá-lo de pai (Cl 3,20 e 1Tm 1,2).
De acordo com a interpretação dos evangélicos, que não duvidam em tirar textos bíblicos fora de seu verdadeiro contexto, tampouco poderíamos chamar ninguém de “mestre” já que na própria citação bíblica (Mt 23, 8-9), Jesus nos diz que: “Nunca se deixem chamar mestre, pois um só é o Mestre de vocês”. E no entanto, todo mundo chama mestre o carpinteiro, o pedreiro, etc. E a ninguém se lhe ocorra dizer que vai contra o Evangelho.
Aqui o que existe é, como em tantos textos por eles mal interpretados ou interpretados tendenciosamente, um coar o mosquito e engolir o camelo, isto é, um querer tirar partido de uma frase tirada de seu verdadeiro contexto afim de confundir o povo simples.

4. A paternidade espiritual do apóstolo
A Bíblia fala também de uma “paternidade espiritual”.
-O apóstolo Paulo proclama o Patriarca Abraão como “pai” na fé. “Abraão vem a ser pai de todos os que têm fé” (Rm 4,11).
-O apóstolo João dá aos “anciãos” ou responsáveis pela comunidade o nome de “pais” (1Jo 2,13-14).
-Em suas cartas os apóstolos chamam os crentes com o nome de “filhinhos” (Gl 4,19 e Jo 2, 1-12; e 18,28). Se o apóstolo os chama “filhos”, é que eles o chamavam “pai”.
-Timóteo, o colaborador do Apóstolo Paulo, é chamado quatro vezes com o nome de “filho na fé” (1Tm2 e 18; e 2Tm 1, 2 e 2,1): “Eu, Paulo, já ancião e agora preso... te peço um favor para Onésimo, que chegou a ser um filho meu espiritual” (Fm10).
-Em outros textos o Apóstolo Paulo também se apresenta como um “pai”. Vocês já sabem como Timóteo demonstrou sua virtude e como serviu na pregação da mensagem, como um filho que ajuda a seu pai” (Fl 2,22).
Queridos irmãos e amigos: este é o sentido com que a Igreja Católica usa o nome de “pai” para indicar o pastor, o ministro da comunidade dos crentes. Não é nem de longe com o intuito de apropriar-se de um título divino.
No entanto, para evitar confusões e para não dar motivo para encândalos farisaicos, em alguns países a Igreja Católica utiliza outras palavras para designar seus sacerdotes.
Na Alemanha, por exemplo, se usa a palavra “pastor” ( com acento no a ) para referir-se ao sacerdote católico, e “pastor” (com acento no o) para referir-se ao ministro evangélico. No Chile se usa geralmente o nome de “pastor” para nos referirmos ao Sr. Bispo.
Na França chama-se o sacerdote com o título de “Abbé”. Na Catalunha, Espanha, é chamado de Mossén. Mas na América Latina está arraigado o costume de chamá-lo de “padre”. Os que tenham dificuldade, que o chamem de “irmão”, que é também uma palavra bonita. Mas, entendidas assim as coisas, saibam todos que se pode usar a palavra “pai” e “mestre” sem que isto signifique um agravo nem ofensa a Deus. Trata-se de uma paternidade espiritual.

5. O que importa é ser um servidor da comunidade
O que importa aqui não é tanto a questão do nome, o que importa é que o sacerdote ou ministro seja um servidor da comunidade. Se não o é, aí, sim, existiria uma contradição, por mais que se usem nomes muito “serviçais”. E esta atitude se manifesta quando os fiéis tratam o pastor ou o sacerdote como um semideus. Não devemos cair neste defeito.
Os ministros da comunidade devem ser servidores. A atitude orgulhosa dos fariseus e mestres da lei (Mt 23) é uma tentação de todas as religiões. Em seu tempo, os fariseus não reconheceram a autoridade de Deus, mas simplesmente se apropriaram dela e “sentaram-se no trono de Moisés” (Mt 23,2). Isto é o que o Senhor castiga.
Por outro lado, com a intenção de dar confiança e de suprimir barreiras, se está estendendo em nível continental um tratamento mais direto entre os sacerdotes e fiéis. Muitos nos tratam por tu ou simplesmente nos tratam de irmãos, o que geralmente é muito bem acolhido. Também se percebe uma certa resistência ao tratamento de “monsenhor”, que equivale a “meu senhor” porque cria distancias artificiais entre o pastor e seu rebanho. Mas sobre isto não há nada escrito.
Toda autoridade na Igreja deve fundamentar-se na fraternidade e no serviço a Deus e aos irmãos. O que ensina e dirige a comunidade é também um homem pecador e não deve sentir-se como os grandes do mundo, mas deve ser um amigo, um irmão, um pai e servidor em Cristo Jesus.
Assim que no referente ao nome de “irmão” ou “pai” ou “pastor” digo-lhe uma vez mais o importa é o espírito mais que a letra. Não disse, por acaso, o Apóstolo: “A letra mata e o Espírito é que dá vida”? (2Cor 3,6).


Quem nos criou e colocou neste mundo?
Deus nos criou e colocou neste mundo.

Para que Deus nos criou?
Deus nos criou para que participássemos da comunhão de amor existente entre as três Divinas Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito.

O Anticristo

O Anticristo

Queridos irmãos católicos,


Outro dia alguém me disse que o Papa de Roma é o Anticristo. Eu lhe perguntei: Como você sabe? Respondeu-me que isto está na Bíblia. Disse-lhe que a Bíblia fala do Anticristo, mas que não está escrito em nenhuma parte que o Papa seja o Anticristo.
“Você deve ler bem as Escrituras” lhe disse. Existem pessoas que gostam de falar do Anticristo, existem filmes que tratam deste assunto. Existem seitas religiosas que anunciaram o nascimento deste personagem, que dizem que ainda está escondido e logo aparecerá. Que existe sobre o Anticristo?
Irmãos católicos, não se deixem guiar por fantasias e lendas. Sempre haverá gente insensata que semeia dúvidas e mentiras; eles são filhos do “grande mentiroso”. É melhor que meditemos com serenidade as Escrituras Sagradas e deixemos de lado os rumores e fanatismos, e atitudes hipócritas.
Nesta carta quero ler para vocês e explicar-lhes os textos bíblicos que falam do Anticristo: (1Jo 2,18 e 22;2Jo 7).
A palavra Anticristo significa “O que está contra Cristo, ou o malvado”. Outros textos nos falam do “homem do pecado”, “o rebelde”, “o sem lei”. Todas estas expressões indicam mais ou menos o mesmo que Anticristo.

Textos apocalípticos
Antes, porém, de falar-lhes deste assunto, devo explicar-lhes algo muito importante para a reta compreensão dos textos que se referem ao Anticristo.
Os textos que nos falam deste tema quase todos foram escritos num estilo apocalíptico. Que quer dizer isto? Esta maneira de escrever era muito comum naquele tempo. Existem muitos livros escritos assim, com revelações misteriosas. Era uma forma de esclarecer os acontecimentos de então e do fim dos tempos. Expressavam isto com visões fictícias, com imagens fantásticas e era um jogo para os leitores reconhecer sua própria realidade contada em forma sofisticada.
Geralmente são textos difíceis de compreender, porque o leitor de hoje, como o daquele tempo, deve buscar o significado profundo que está por trás destas imagens e visões. É claro que não podemos tomar esta visões ao pé da letra.
A grande mensagem de fundo de todos estes textos apocalípticos é a seguinte: “Cristo é o centro de toda a história; o mundo é o cenário da luta entre os eleitos de Cristo (sua Igreja) e as forças do demônio, mas Cristo já venceu o mal, e os cristãos são chamados a dar corajosamente seu testemunho”.
Repito que não devemos tomar ao pé da letra estas visões e imagens; não é essa a intenção dos autores sagrados. Devemos buscar sempre a mensagem mais profunda que está por trás destes textos. Assim que ninguém, por falta de conhecimento, diga tolices com a Bíblia na mão.

O Anticristo e os anticristos
Leiamos o primeiro texto (1Jo 2,18-22): “Meus filhinhos, na última hora, como se lhes disse, chegará um Anticristo; mas já vieram anticristos... Eles saíram do meio de nós mesmos, ainda de realmente não fossem dos nossos (v.19). E “quem é o mentiroso senão o que nega ao mesmo tempo o Pai e o Filho” (v.22).
Há outro texto muito parecido com este: (2Jo,7) “Vieram ao mundo muitos sedutores, que não reconhecem Jesus como o Messias encarnado. Estes são impostores e anticristos”.
Estes são os únicos textos que falam do Anticristo e dos anticristos. Eles nos fazem ver que os ouvintes de João sabiam que, na véspera da vinda de Cristo, apareceria um anticristo, que é o homem que nega Cristo.
Ademais o apóstolo são João diz aqui que existe outros anticristos, entre eles; são aqueles que negam que Jesus seja o Cristo e que Cristo seja Deus igual ao Pai. É o que acontece em todos os tempos: há tantos cristãos infiéis de ontem e de hoje que negamos que Cristo seja igual ao Pai.
Nestes textos o apóstolo João aponta todos os anticristos que apareceram e que aparecerão na história.
Em Mt 24,24 Jesus fala também neste sentido: “Aparecerão falsos messias e falsos profetas, que farão grandes maravilhas e prodígios, capazes de enganar, se fosse possível, até mesmo os eleitos de Deus”.
Irmãos, eis aqui os textos bíblicos que nos falam dos anticristos. São figuras ou personagens que representam a encarnação do mal como um poder misterioso no mundo, e este poder maligno aparecerá especialmente um pouco antes da vinda gloriosa de Cristo.

O homem do pecado (2Ts 2,3-12)
Neste sentido o apóstolo Paulo fala do “homem do pecado”. Mesmo que o apóstolo não use a palavra Anticristo, podemos ver claramente nesta expressão esta mesma realidade do Anticristo.
Mas antes da segunda vinda de Cristo deve acontecer a grande apostasia (refere-se a uma crise religiosa em escala mundial). Então aparecerá “o homem do pecado”, instrumento das forças de perdição, “o rebelde” que há de levantar-se contra tudo o que leva o nome de Deus ou merece respeito, chegando até colocar seu trono no templo de Deus e fazendo-se passar por Deus (vv. 2-4). Ao apresentar-se este “sem lei”, e com o poder de Satanás, fará milagrosos sinais e prodígios a serviço da mentira. E usará de todos os enganos da maldade em prejuízo daqueles homens que hão de perder-se (vv. 9-10).
Neste texto apostólico Paulo fala do “homem do pecado”, “o rebelde” no mesmo sentido que João fala do Anticristo. É a mesma figura misteriosa que representa a maldade no mundo.

O livro do Apocalipse (Caps 12,13 e 17)
Por último leiamos estes textos apocalípticos. Eles nos falam de várias figuras que simbolizam o poder de Satanás; são figuras do Anticristo ou dos anticristos com outro disfarce.
Caps. 12 e 13: Aqui se nos fala de uma grande visão das últimas batalhas contra Satanás. Apresentam-se duas tropas que irão se combater: Por um lado a mulher (= o povo de Deus) e por outro lado o grande dragão (=Satanás) com seus aliados. Os aliados de Satanás são duas bestas: uma besta que vem do mar (o poder político romano que esmaga os cristãos) e outra besta que vem da terra (as falsas religiões que competiam com o cristianismo).
Estas imagens do dragão e das bestas são representações fictícias do poder satânico contra Cristo. Facilmente podemos ver nestas descrições a atuação do Anticristo que quer esmagar a Igreja de Cristo.
Cap. 17: Aqui se descreve em outra grande visão a batalha definitiva. Outra vez se opõem duas forças: por um lado, Babilônia a grande, mãe das prostitutas e dos abomináveis ídolos de todo o mundo (= o poder político mundial) e por outro lado, se põe Cristo montado num cavalo branco (a cor branca simboliza o triunfo de Cristo sobre Satanás). Depois desta batalha, começa o reino de mil anos da Igreja na terra, logo Satanás é libertado para a batalha definitiva e em seguida será jogado no lago de fogo e enxofre.
Está claro que não podemos tomar estas imagens ao pé da letra, como fizeram alguns grupos religiosos que por este caminho chegam a conclusões erradas e sem sentido.
Todas estas visões nos falam de Cristo ressuscitado que triunfa sobre forças do demônio e do Anticristo.

Que devemos crer agora no referente ao Anticristo?
Atualmente há como três posições frente a estes textos bíblicos acerca do Anticristo:
1) A de alguns grupos que têm a tendência a interpretar estes textos ao pé da letra. São, geralmente, grupos religiosos fanáticos ou fundamentalistas que, com textos bíblicos na mão, assinalam tal ou qual pessoa como o anticristo atual. É claro que eles chegam a conclusões que nada têm a ver com a verdadeira intenção do autor sagrado. São muitas vezes polemistas anticatólicos que querem assim, à força, indicar que o Papa é o Anticristo, como se o sucessor legítimo de Pedro devesse se confundir com a encarnação do mal. É uma ignorância muito atrevida, um gravíssimo pecado, uma fantasia que pressupõe maldade e que não tem nada que ver com a Bíblia.
2) Outros tomam estes textos como um filme de ficção, como pura fantasia ou lendas antigas, e lêem assim a Bíblia como algo interessante. E em conseqüência são igualmente incapazes de descobrir a profunda mensagem que Deus nos quer comunicar.
3) Nós, os católicos, cremos que o Anticristo e os anticristos são uma realidade misteriosa muito profunda na história humana. É o poder do mal em toda a humanidade. É a realidade do pecado e da maldade que se manifestou e continua se manifestando em personagens históricos, em grupos de pessoas, em tendências anticristãs, em sistemas políticos e econômicos que querem esmagar os grandes valores do Reino de Deus: o amor entre os homens, a justiça no mundo, a verdadeira paz, a fraternidade e a solidariedade...
O Anticristo e os anticristos se encarnam em instituições humanas, em interesses mundiais que proclamam sutilmente, e às vezes abertamente, a guerra à Igreja de Cristo, o atropelo aos direitos humanos, a idolatria do dinheiro, do sexo e do poder. É a corrente do mal que invade toda a humanidade. É fácil ver a ação do Anticristo no mundo de hoje, por exemplo, nos cultos satânicos, nos suicídios coletivos, na ideologias que levaram algumas pessoas a cometer verdadeiros genocídios, etc.

Que acontecerá antes do fim do mundo?
Temos a impressão, segundo os textos bíblicos, que no final dos tempos se levantará uma figura escatológica com todo o poder diabólico que provocará uma grande solidariedade com o mal em escala mundial. “É o malvado que no final o Senhor o varrerá com o sopro de sua boca e o destruirá com o esplendor da sua vinda”. (2Ts 2,8). Os verdadeiros cristãos, frente a esta realidade do mal, não devem viver aterrorizados, mas devem viver a grande esperança de Cristo ressuscitado e dar corajosamente seu testemunho neste mundo. Jesus disse: “Tenham coragem, eu venci o mundo” (Jo 16,33).

Quando será a segunda vinda de Cristo?
A segunda vinda de Cristo em glória e majestade é iminente mesmo que ninguém saiba o dia nem a hora.

Que acontecerá antes da vinda de Cristo?
Antes do dia final, a Igreja deverá passar por uma prova que sacudirá a fé de muitos crentes. Será desvelado o “Mistério de iniqüidade” sob a forma de uma impostura religiosa que será a do Anticristo, isto é, haverá um pseudo-messianismo no qual o homem glorificará a si mesmo colocando-se no lugar de Deus.

Como a Igreja entrará na glória do Reino?
A Igreja entrará na glória do Reino através desta última Páscoa onde seguirá seu Senhor em sua Morte e Ressurreição.

Como chegaremos à plenitude do Reino?
Chegaremos à plenitude do Reino não necessariamente mediante um triunfo histórico da Igreja ante o mundo, mas por uma vitória de Deus sobre o mal.

Que acontecerá quando chegar o juízo final?
Então Jesus Cristo virá com glória e majestade para levar a cabo o triunfo do bem sobre o mal que, como o trigo e a a palha, terão crescido juntos no curso da história. Cristo virá para julgar os vivos e os mortos.

Os Santos e nós

Os Santos e nós

Queridos irmãos católicos,

O Santo Padre beatificou e canonizou uma grande quantidade de homens e mulheres ao longo de toda a Igreja Universal. Com isto a Igreja reconheceu oficialmente seu testemunho de santidade. Desta forma eles se convertem para os crentes num modelo de santidade e em intercessores a nosso favor. É claro que a Igreja Católica não obriga ninguém a invocar e a ter devoção aos santos. Somente os propõe como modelos para serem imitados.
Agora bem, muitos católicos percebem que os irmãos não católicos rejeitam energicamente os santos, dizendo que não necessitamos de outros modelos de santidade, já que temos o modelo de Jesus. E menos necessitamos dos santos como intercessores, pois Cristo é o Único mediador ante o Pai. Muitos católicos não sabem o que responder e estão duvidosos frente a estas opiniões.

1. Que devemos responder aos que pensam assim?
Os irmãos evangélicos dizem: Não precisamos de outro modelo de santidade se já temos o modelo do próprio Jesus. Queridos irmãos: Esta é uma verdade pela metade. Em seguida me vem à mente os textos bíblicos do Apóstolo Paulo: “Para mim a vida é Cristo, e a morte é ganho... Irmãos, sigam meu exemplo e observem também os que vivem de acordo com o exemplo que nós lhes temos dado”. (Fl 1,21 e 3,17). Em outra parte o Apóstolo diz: “Sigam vocês meu exemplo como eu sigo o exemplo de Cristo Jesus”(1Tm 1,16).
Nestes textos vemos claramente que Paulo se coloca a si mesmo como exemplo de seguidor de Cristo, e incita os crentes a serem seus imitadores, como ele o é de Cristo. Tomemos outro exemplo da Bíblia: Maria, a Mãe de Jesus. Ela é a mulher “que Deus bendisse mais que todas as mulheres” (Lc 1,28 e 1,42), como disseram o anjo Gabriel e sua prima Isabel. E no cântico de Maria (Lc 1,46-55), ela se apresenta também como exemplo de humilde servidora e de escrava, “de hoje em diante todos os homens me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48).
A Bíblia, então, põe claramente Maria como modelo de santidade para todas as gerações. E é isso o que a Igreja Católica celebra ao venerar Maria. A veneração a Maria nunca pode ser culto de adoração; a veneração é um culto de honra e de profundo respeito para com a Mãe de Jesus.
Quando lemos com atenção as Escrituras, percebemos que a Bíblia nos oferece muitos modelos de santidade; por exemplo: o apóstolo Tomé, que era um homem com grandes dúvidas sobre a fé mas, que no fim, proclamou Jesus como seu Senhor e seu Deus (Jo 20,26-28). Assim também a Igreja Católica apresenta o exemplo de João Batista que com grande valentia deu testemunho de Jesus até derramar seu sangue pelo Senhor (Mt 14,1-12). De igual maneira, a Igreja Católica apresenta agora os santos de nossos tempos como exemplos de fé cristã. Eles nos assinalam um caminho e muitos vêem neles a graça do Senhor Jesus, que foi tão eficaz em suas vidas. Os santos são para nós verdadeiros modelos a imitar. Eles tiveram uma clara prioridade em sua vida: Jesus Cristo. E é este modelo de fé cristã o que tocou de diversos modos o coração de muita gente. A fé nos santos não é, de maneira nenhuma, um obstáculo à fé em Jesus Cristo, como pensam os irmãos evangélicos, mas um estímulo para seguir a Cristo. São três diferentes modelos de santidade que Deus presenteou à sua Igreja ultimamente.
Naturalmente devemos evitar excessos; os santos não são semideuses e a santidade de tal ou qual pessoa nunca pode obscurecer o seguimento de Cristo. Ao contrário, a verdadeira santidade dos santos sempre anima para uma maior busca de Deus.

2. Os santos como intercessores:
Muitos irmãos evangélicos têm problemas para aceitar os santos como intercessores a nosso favor. Simplesmente dizem que Jesus Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens e que não necessitamos de novos intercessores. “Há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens: Cristo Jesus” (1Tm 2,5; Hb 8,6 e 9,11-14). Nós, os católicos, proclamamos também que Jesus Cristo é o Único Mediador entre Deus e os homens. Mas os santos não são um obstáculo para nos dirigirmos diretamente a Jesus Cristo, a Deus Pai ou ao Espírito Santo. Os santos não nos afastam de Deus; simplesmente eles, com seu exemplo de fé cristã, nos estimulam a nos aproximar-mos de Deus com a única mediação de Jesus Cristo. Agora bem, quando a Igreja Católica diz que os santos são nossos intercessores diante de Jesus Cristo, isto não quer dizer que eles são os que fazem os milagres. É sempre Deus Pai, Jesus Cristo ou Espírito Santo, os que fazem maravilhas entre nós, ainda que os milagres possam ser feitos “por intercessão” destes santos.

3. O exemplo de Maria
Vejamos o exemplo de Maria nas bodas de Cana. É Maria a Mãe de Jesus a que convida discretamente seu Filho para fazer um milagre dizendo: “Já não tem vinho”. E Jesus lhe faz entender que a hora de fazer sinais ainda não chegou. No entanto, pela intercessão de sua Mãe Maria, Jesus faz seu primeiro milagre (Jo 2.1-12). Este é o sentido bíblico da intercessão dos santos ante Deus. Vejamos alguns textos: Moisés ora a Deus pela intercessão de Abraão, Isaac e de Jacó (Ex 32,11-14). Jesus manda seus Apóstolos curar enfermos, ressuscitar mortos, limpar leprosos e expulsar demônios (Mt 10,8). Pedro e João, em nome de Jesus, curam um homem encurvado (At 3,1-10). Na cidade de Trôade, o apóstolo Paulo devolve a vida a um jovem acidentado (At 20,7-11). Quando o apóstolo Pedro passava pela rua, o povo trazia os doentes e os punha em macas para que, ao passar Pedro, pelo menos sua sombra caísse sobre alguns deles, e todos eram curados (At 5,15-16).
Deus fazia grandes milagres por meio de Paulo, tanto que até os lenços ou as roupas que haviam sido tocados por seu corpo eram levados aos enfermos e os espíritos maus saíam destes (At 19,11-12). Todos estes textos nos dizem que Jesus Cristo fazia milagres por meio de seus discípulos. “Vocês receberam este poder de graça; dêem também de graça” disse Jesus (Mt 10,8).

4. Deus aceita a oração dos santos
A Bíblia nos ensina também que devemos ajudar-nos mutuamente com a oração. “A oração dos santos é como perfume agradável ante o trono de Deus” (Ap 8,4). “Agora me alegro, diz o Apóstolo Paulo, no que sofro por vocês, porque desta maneira vou completando em meu próprio corpo o que falta aos sofrimentos de Cristo pela Igreja, que é seu corpo”. Cl 1,24). “A oração fervorosa do homem bom tem muito poder. O profeta Elias era um homem tal como nós, e quando pediu em sua oração que não chovesse, deixou de chover sobre a terra durante três anos e meio e depois quando orou outra vez, voltou a chover e a terra deu sua colheita” (Tg 5,16-18).
“Os quatro seres viventes e os 24 anciãos puseram-se de joelhos diante do Cordeiro. Cada um dos anciãos tinha uma harpa e levavam taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos” (Ap 5,8).
Em todos estes textos notamos que a oração fervorosa ou a intercessão dos santos tem muito poder diante do trono de Deus. Não podemos duvidar de que estes santos, que agora estão diante de Deus, vão interceder por nós, como o fez Moisés ao falar com Deus para aplacar sua ira, invocando Abraão, Isaac e Jacó (Ex 32,13). Ao invocar os santos sempre contemplaremos as virtudes que Deus operou neles. Deus está sempre no mais profundo de nossa invocação ou veneração aos santos. Os santos não nos afastam de Deus, mas nos convidam a colocarmo-nos diretamente em contato com Ele, com a única mediação de Jesus Cristo.

5. Devemos evitar os excessos na veneração dos santos?
É claro que em nossa veneração aos santos devemos evitar os excessos. Por exemplo, existe gente que não busca os santos como um modelo de fé cristã, mas somente como remédio para suas enfermidades, angústias e dificuldades, ou para encontrar um objeto que perdeu. Sabemos muito bem que há pessoas que se aproximam dos santos com uma fé quase mágica. Não nos corresponde julgar os sentimentos de nossos irmãos que têm uma fé fraca. Mas estou certo de que Deus respeita a consciência de cada um. Penso naquela mulher da Bíblia que sofria hemorragias de sangue durante tantos anos, a que se aproximou de Jesus talvez com uma fé mágica, pensando que com apenas um tocar em seu manto se curaria, e a senhora com tanta fé que nos parece meio mágica curou-se. Mas, em seguida, Jesus buscou aquela mulher e quis dar-lhe mais que um simples remédio para suas doenças. Jesus desejava um encontro pessoal com aquela enferma e esclarecer a verdadeira razão de sua cura: a fé. “Filha, foste curada porque acreditaste” (Lc 8,43-48).
Acredito que existe muitos católicos entre nós que se aproximavam de Cristo e dos santos com esta atitude tímida, com esta fé não muito clara, talvez com crenças meio mágicas. Mas não temos direito de humilhar ou esmagar esta pouca fé que o povo simples tem. É um pecado muito grave zombar da fé débil de um de nossos irmãos. Devemos ajudá-los com muito amor e purificar sua fé, como Jesus fez com aquela mulher enferma. Um pouco de fé basta para Deus agir.
Queridos irmãos católicos, termino esta carta dando graças a Deus pelas grandes maravilhas que fez nos santos, e por ter-nos dado o bonito presente de nossos santos latino-americanos. Oxalá que nós, contemplando seus exemplos, consigamos também a santidade.
E termino recordando que a Igreja não obriga ninguém a invocar e a ter devoção aos santos. Isto depende do gosto, da cultura e da liberdade de cada cristão. É um caminho que se oferece, e felizes de nós se o aceitamos com humildade e agradecimento.

Todos somos chamados à santidade?
Sim, todos os batizados, tanto os que pertencem à hierarquia, como os leigos, todos somos chamados à santidade.

Quem são os santos?
Os que já chegaram à pátria e gozam da presença do Senhor. Eles não cessam de interceder por nós, apresentando a Deus – por meio do único Mediador Jesus (1Tm 2,5), os méritos que alcançaram na terra.

Para que Deus nos chama?
Deus nos chama para responder ao desejo natural de felicidade que Ele mesmo colocou dentro de nós. E esta felicidade somente podemos consegui-la com a santidade de vida. O santo é aquele que vive sua vida em plenitude, servindo a Deus e a seus irmãos.

Que é a comunhão dos santos?
A comunhão dos santos significa que assim como todos os crentes formam entre si um só corpo, assim também o bem de uns se comunica a outros.

O fim do mundo

O fim do mundo


Queridos irmãos católicos,

Há algumas pessoas que gostam muito de amedrontar os corações de vocês. Por exemplo, falam do fim do mundo como se neste momento os céus e a terra fossem nos destruir. Escutam falar de guerras, acidentes, catástrofes da natureza, pragas ou vêem alguns sinais raros no céu e dizem simplesmente que é o fim do mundo. Em vez de dar uma mensagem de esperança, de amor, de solidariedade; em vez de animar, querem vê-los presos pelo terror e pelo susto. E o pior de tudo, é que estas pessoas dizem fundar suas teorias na Bíblia. A mensagem de Jesus Cristo é uma mensagem de medo, mas é uma “boa nova” do Reino de Deus que se aproxima de nós com amabilidade, paz, justiça e alegria no coração.
Nesta carta, vou lhes falar sobre o fim do mundo, não com contos e fábulas de ficção, mas lendo simplesmete as Sagradas Escrituras.
Antes de mais nada, o “fim dos tempos” do qual a Bíblia nos fala, é o grande mistério de esperança que aparece em todo o livro sagrado. É o mistério da história humana que está no coração de Deus, guiada para um novo “céu e uma nova terra”.

1. Que diz a Bíblia acerca do fim do mundo?
Para começar, as Escrituras nunca falam do “fim do mundo”, mas do “fim dos tempos”, como a dizer que este mundo não acabará totalmente, mas que seria transformado em um “novo céu e uma nova terra” graças a Ressurreição de Jesus Cristo. Na Bíblia também encontramos muitas expressões que se referem ao “fim do tempo”, dia de Javé”, “dia do juízo”, “o dia”, a “vinda de Cristo”, “a ressurreição final” “a Parusia”, “a chegada do Reino de Deus”. Todas são expressões que indicam este “fim do tempo”.

2. Quando acontecerá isto?
“Quanto ao dia e a hora, ninguém o sabe nem mesmo os anjos do céu, nem sequer o Filho de Deus. Somente o Pai o sabe” (Mt 24,36 e Mc 13,32). Jesus não quis dar a data, nem o dia, nem a hora. “A vocês não lhes toca saber quando ou em que data o Pai vai fazer as coisas que somente Ele tem autoridade para fazer” (At 1,1-7).
Com isto, Jesus condena energicamente a tendência humana que ainda existe entre nós de fixar o dia e o ano do fim do mundo. É claro que a data exata tem algo de excitante e chama sempre a atenção; até é notícia nos jornais. Mas o fixá-la é simplesmente uma mentira e um engano, porque ninguém a sabe. Jesus não aquis satisfazer nossa curiosidade, mas quis comunicar-nos algo muito profundo.
A Bíblia, falando do fim do mundo, sempre diz que devemos estar preparados. Mesmo que não saibamos a data, este dia vira como um ladrão na noite: “Vocês, estejam preparados, porque o Filho do Homem virá quando menos o pensem”, diz Jesus (Mt 24,44). “O dia do Senhor virá quando menos se espera, como vem um ladrão à noite” (2Pd 3,10; 1Ts 5,2 e Ap 16,15). Agora bem, lendo a história vemos que sempre houve grupos religiosos que em todos os tempos fixaram a data, o dia e a hora do dia e a hora do fim do mundo mas se enganaram. Assim que, irmãos católicos, não se deixem enganar.
Assim passou já o ano 1.000 e também o 2.000. Alguns fanáticos pregam que o fim do mundo está próximo. Mas isto não é assim. O fundador dos adventistas, William Miller, como o texto de Dt 8,14 e calculando os dias deste texto como anos, fixou a vinda de Cristo à terra para o 21 de março de 1843, o dia final. Esta data chegou e não aconteceu nada em especial; depois disse que se enganou em seus cálculos num ano e proclamou outra vez a vinda de Cristo para o 21 de outubro de 1844. E vendo que Cristo não voltava à terra disse simplesmente que o juízo dos homens começou no céu e logo Cristo se manifestaria na terra. Os Testemunhas de Jeová anunciaram a vinda de Cristo e seu Reino de mil anos na terra para o ano de 1914, depois, para 1925. Agora não dão data e dizem simplesmente que “Cristo virá logo”, e se limitam a escrever em todas partes “Cristo vem”. E não faltou gente insensata entre nós que disse que o fim do mundo aconteceria no ano 2000.

3. Quando será a vinda de Cristo?
Em algumas partes da Bíblia se fala da imediata vinda de Cristo. Em outras partes se anuncia todavia um tempo de espera.
Dá a impressão de que os cristãos da primeira geração esperavam ansiosos a vinda de Cristo. “Porque falta apenas um pouco, e aquele que deve vir vai chegar e não tardará” (Hb 10,37).
“Deus que é o juiz, já está à porta”. Aproxima-se o fim de todas as coisas” (1Pd 4,7). “Sim, vem logo, amém. Vem, Senhor Jesus” (Ap 22,20).
Até Jesus mesmo anuncia sua imediata vinda: “Em verdade lhes digo que há alguns dos que estão aqui presentes, que não morrerão até que vejam o Filho do Homem vir em seu Reino” (Mt 16,28).
Os cristãos da Igreja primitiva logo perceberam que a história podia durar muito mais. E até alguns zombariam da própria vinda de Cristo dizendo: “Que aconteceu com a promessa de que Cristo ia vir, pois desde que nossos antepassados morreram tudo continua igual desde que o mundo foi feito?” (2Pd 3,4). E o apóstolo Pedro lhes respondeu: “Irmãos, não esqueçam que para o Senhor um só dia é como mil anos e mil anos são como um só dia” (2Pd 3,8).

4. Sinais que precederão o fim do mundo
O apóstolo Paulo, depois de haver refletido muito, anuncia também um tempo de espera. Antes da vinda de Cristo devem acontecer três coisas:
1) O anúncio do Evangelho há de chegar a todas as nações. “E esta Boa Notícia sobre o Reino será anunciada pelo mundo inteiro, como um testemunho para todas as nações. Então chegará o fim” (Mt 24,14).
2) No final da história, Israel se reconciliará com Cristo e se salvará. O endurecimento de uma parte de Israel vai durar até que chegue a plenitude das nações. Então todo Israel será salvo” (Rm 11,25-26)
3) Finalmente, antes da vinda de Cristo há de produzir-se “a apostasia geral”, ou seja, haverá uma crise religiosa na escala mundial, há de vir o Anticristo. “Não se deixem assustar por nenhuma mensagem espiritual como se fosse o dia do Senhor que já chegou. Antes deste dia tem que vir primeiro a rebelião contra Deus, quando aparecer o homem do pecado que se sentará no templo de Deus e será adorado; chegará com muito poder e com sinais e milagres mentirosos. Usará de toda classe de maldade para enganar” (2Ts 2,1-12).
Percebemos que a vinda de Cristo não se realizará tão cedo como alguns esperavam; ou melhor, Deus não mede o tempo como nós. Ele pode apresentar como próximo e não realizá-lo até quando Ele quiser fazê-lo. Por outro lado, se o tempo de espera nos parece longo, nem por isso podemos voltar a uma vida cômoda, já sem esperar. O Senhor virá para cada um de nós como ladrão na noite.
Não esqueçamos que o dia da morte de cada um de nós, o dia do juízo particular, é o dia do encontro pessoal com Cristo. Oxalá que nos encontre em atitude de espera.

5.Como Cristo virá no final dos tempos?
A Bíblia fala de forma bastante confusa de como terminará a história. No A.T. por exemplo, os profetas viam todas as nações da terra unidas num complô para destruir a cidade santa de Jerusalém. Mas no momento mais desesperador Deus intervirá de forma triunfal para instaurar o Reino (Jl 3,14).
No discurso de Jesus acerca do fim dos tempos, ele fala de “guerras e grandes angústias em todo o mundo, o sol não alumiará, a lua perderá seu brilho e as estrelas cairão do céu e os anjos tocarão as trombetas” (Mt 24,29-31).
O livro do Apocalipse (Caps. 13 e 17) fala do dragão e dos monstros, da grande batalha no céu, de Babilônia, a grande, da mãe das prostitutas e dos abomináveis ídolos de todo o mundo...
Todos estes textos acerca do fim do mundo foram escritos num estilo apocalíptico (revelações misteriosas). Era uma forma de escrever muito comum naquele tempo. Estes escritos misteriosos pretendiam esclarecer os últimos acontecimentos da história com visões fictícias e imagens fantásticas.
Não devemos tomar ao pé da letra estas imagens, mas devemos procurar descobrir a mensagem profunda que está por trás destas visões. A grande mensagem destes escritos é: “Cristo Ressuscitado é o centro de toda história e este mundo é o cenário da luta entre os eleitos de Cristo (sua Igreja) e as forças do demônio.
Estes escritos não são para ameaçar nem dar medo, como pensam alguns, pelo contrário: são escritos que querem animar-nos e exortar-nos à fidelidade e á confiança em Deus em momentos difíceis.

6. Como devemos preparar-nos para o final dos tempos?
Nosso destino último e definitivo não está longe, não é um futuro impossível de se imaginar. Já começou. Jesus Cristo com sua pessoa, sua Palavra e sua atuação já inaugurou o Reino de Deus (Lc 11,20); já começou a julgar os homens (Jo 12,31). Sua Palavra, seu amor e sua morte nos julgam e às vezes nos condenam. Já nos transpassou algo de sua Ressurreição (Cl 3,1-4). Por isso, o N. T. nos fala do “tempo” a partir de Jesus como “os últimos tempos” (Hb 1-2 e 1Pd 1-20). Desde então urge viver conforme o Evangelho, urge para todos e cada um, porque não sabemos quanto falta para o fim (Mc 13,33-37 e Mt 24,42).
Não podemos esperar passivamente a volta de Cristo, o juízo final, a Ressurreição geral, a instauração total do Reino de Deus. Esta esperança é o motor da história. O que Deus começou em Jesus Cristo urge que o possa cumprir e nós devemos agora remover os obstáculos.
A segunda Vinda de Cristo ao final dos tempos (Mt 24,3) é o momento do juízo final, da ressurreição geral e da instauração definitiva do Reino de Deus. Nossa esperança tende para esse novo céu e essa nova terra. Por isso a Bíblia termina com estas palavras de espera: “Vem Senhor Jesus!” (Ap 22,20), que repentinos em cada celebração Eucarística depois da consagração e na qual todo o povo responde:
“Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa Ressurreição, vinde Senhor Jesus”.

Sabemos quando e como chegará o fim do mundo?
Não, não sabemos quando será a consumação da terra e da humanidade e a maneira como se transformará o universo.

O que deus prepara para seus filhos?
A figura deste mundo está suja pelo pecado, mas Deus nos prepara uma nova terra onde habita a justiça e cuja bem-aventurança é capaz de saciar e extravasar todos os desejos de paz que surgem no coração humano.

O progresso material interessa a Deus?
O progresso material enquanto possa contribuir para ordenar melhor a sociedade humana interessa em grande escala ao Reino de Deus.

Para onde os cristãos caminham?
“Vivificados pelo Espírito, os cristãos caminham como peregrinos para a consumação da história humana, que coincide plenamente com seu amoroso desígnio divino de restaurar em Cristo tudo o que existe no céu e na terra”.

O Apocalipse

O Apocalipse

Queridos irmãos evangélicos,


Eu me admiro muito que haja entre vocês pessoas que qualificam outros como “o demônio” ou não queiram dr a mão a alguém porque dizem que tem “o selo” na mão direita. Outros dizem que o Papa de Roma tem na fronte o número 666 e não faltam os que dizem que alguns produtos de comida tem o selo do demônio em suas caixinhas.
Que ignorância tão grande! E o pior é que querem justificar tudo com a Bíblia na mão.
Irmãos e amigos, devemos ler a Bíblia e não interpreta-la a nosso gosto. A Sagrada Escritura não é um livro para dar medo, e menos ainda para caluniar pessoas inocentes com falsas interpretações bíblicas. É um pecado muito grave contra a Lei de Deus. “Não dês falso testemunho contra teu próximo” (Ex.20,16). O apóstolo Pedro não disse que devemos ser prudentes com nossas interpretações bíblicas?. “Nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação particular”. (2Pd 1,20). Assim que ninguém por falta de compreensão diga tolices com a Bíblia na mão.
Nesta carta vou lhes falar do número 666, do selo (marca) da Besta. Em outras oportunidades lhes falei do “fim dos tempos” e do “Anticristo”. Convém que leiam primeiramente com atenção estas cartas anteriores para compreender melhor a reflexão de hoje.
Tomem a Bíblia e meditem com atenção os textos bíblicos que lhes vou citar. Não lhes quero falar com mentiras nem menos ainda com meias verdades.Somente queremos buscar a verdade acerca de Deus e dos homens e é esta a verdade que nos fará livres (Jo.8,32).


1. O Número 666
Em que livro da Bíblia aparece o selo? Este texto aparece no Apocalipse 13,15-18.
É um texto muito misterioso e difícil de compreender. Por isto antes de explicar esta citação devo dizer-lhes algo acerca do livro do Apocalipse em geral, senão, nunca vamos compreender o que o sagrado escritor quis dizer a fundo.
Como devemos entender o livro do Apocalipse?
Este livro foi escrito mais ou menos no ano 100 depois de Jesus Cristo. Eram tempos difíceis para os cristãos porque o império romano perseguia todos os crentes. Os cristãos viviam quase escondidos e não podiam falar em público. Menos ainda podiam escrever e publicar suas cartas . Por isso o autor deste livro, para animar os crentes, publicou seu escrito clandestinamente e usou uma maneira de escrever muito misteriosa, com sinais e imagens que somente os entendidos podiam compreender. Esta forma de escrever se chamava “o estilo apocalíptico” (de revelações). Era uma forma de escrever muito comum naquela época. Com chamativas imagens e grandiosas visões fictícias, o sagrado escritor quer explicar “os últimos tempos” que é “a luta do poder político romano contra os escolhidos de Deus” ( a Igreja de Cristo). Muitos sinais, símbolos e algarismos em forma muito sofisticada são como um jogo para que os leitores entendidos possam reconhecer sua própria realidade e identificar personagens ou acontecimentos daquele tempo.

2. A grande mensagem
A grande mensagem de fundo do Apocalipse é a seguinte: Cristo ressuscitado é o centro da história; o mundo agora é o cenário da luta entre a Igreja, encabeçada por Cristo, e as forças do demônio. O s cristãos são chamados a dar um corajoso testemunho.
Este escrito não é um livro para , nem é um livro de terror, mas trata-se de um livro de grande esperança.
Irmãos quando lemos este livro devemos sempre buscar este sentido profundo e não devemos tomar ao pé da letra as imagens, os sinais, ou símbolos. São visões e imagens inventadas pelo escritor para mostrar uma mensagem muito profunda.
Que diz o texto do Apocalipse 13,6-18?
Lemos: “A besta” conseguiu, então, que todos, grandes e pequenos, ricos e pobres, livres e escravos, se lhes ponha uma marca na mão direita ou na fronte: e ninguém poderá comprar nem vender se não está marcado com o número da besta ou com o algarismo de seu nome. Aqui verão quem é sábio. Se vocês são estendidos, interpretem o algarismo da besta. Trata-se de um homem e seu algarismo é 666.
Irmãos, a primeira leitura deste texto nos parece muito estranha, é muito difícil de compreender este texto tal com está. Mas devemos ver estes versículos em todo seu contexto.

3. O significado
Em que contexto aparece este texto?
Este texto é uma parte de uma grande visão da batalha da mulher contra o dragão e as duas bestas. Encontramos aqui muitos símbolos, sinais que se referem a personagens e acontecimentos daquele tempo.
Esta visão de João trata da batalha final contra Satanás. Apresentam-se as duas tropas que se vão combater: por um lado a mulher (=o povo de Deus) e, por outro, o dragão ( =Satanás) com seus dois aliados na terra: uma besta que vem do mar (que representa o poder político romano, que persegue os cristãos) e outra besta vem da terra (que representa as falsas religiões que competiam com o cristianismo). Como dissemos, são todas imagens fantásticas e visões fictícias que se referem a fatos concretos daquele tempo.
A segunda besta (a das falsas religiões) é a que está marcada com o 666 (Ap. 13,11). Este texto nos faz ver que esta segunda besta se parece com o Cordeiro, mas falava como o dragão (=o monstro, o demônio). É a figura das falsas religiões que competiam com o cristianismo. Falsas religiões que ofereciam uma religião celestial, mas que não condenavam os pecados da primeira besta (=os pecados do mundo romano e sua corrupção), v 11: “Esta besta falava com o monstro”. Isto é muito importante: quer dizer que são falsas as religiões que tem Jesus na boca mas calam sistematicamente a injustiça e pregam a resignação ao mal e a submissão ao poder terrestre. Em todos os tempos e sobretudo nos sistemas ditatoriais, houve pessoas que “falaram com o monstro”, isto é, que buscaram adula-lo e aplaudi-lo sem importar-se com os crimes cometidos por ele.Isso acontece em vários países e aconteceu sempre tanto da parte de católicos como de evangélicos. Que responsabilidade tão grande a daqueles que em lugar de ser luz por denunciar abusos e atropelos venderam sua consciência por um prato de lentilhas! Este é o sentido apocalíptico de “falar com a besta” e a tentação do cristão de todos os tempos.


4. O servilismo religioso
V.14: “Aconselha que façam uma estátua da primeira besta”. Quer dizer que estas falsas religiões se tornam servidoras da primeira besta (do poder político romano). São religiões oportunistas que se tornam servidoras dos senhores do mundo, pregam a submissão religiosa ás autoridades sem condenar o mal que produzem muitos sistemas políticos e econômicos. Elas convertem, sem perceber, o poder político num falso deus (=estátua, ou ídolo de barro).
V.17: Este falso deus pode proteger e condenar a quem quiser, pode dar pão e vender a quem tem o selo, aos que são seus aliados. A isto se refere a marca: são os aliados dos poderosos deste mundo, e os não aliados (os que não tem a marca ou o selo) não podem comprar nem vender. (Também nós o vivemos muito de perto).
V.18: “O algarismo desta segunda besta é 666”. Em muitos escritos daquele tempo era comum dar um algarismo a cada letra do alfabeto e se conseguia assim escrever com algarismos os nomes de alguns personagens. Era como um jogo que o leitor tinha que decifrar.

5. Como decifrar o enigma?
Pode-se calcular o algarismo 666 de várias maneiras, mas corresponde, sem dúvidas, a algum imperador romano, possivelmente a Nero que com suas loucuras matava os cristãos que eram para ele igual aos cachorros.
A forma mais aceita de interpretar o 666 é o seguinte:
O algarismo 7 é o símbolo da perfeição (representa em linguagem atual o aluno que tirou um 7 ). O algarismo 6 é o sinal do imperfeito, representa o que procurou ser 7 e não conseguiu sê-lo. O 7-1=6 é o imperfeito, é o mau. O algarismo 3 significa plenitude. Assim, 3 vezes 6 é a plenitude do imperfeito, é a plenitude do mau. Neste caso assentaria bem em Nero. Percebemos que este dado de 666 deve ter sido tomado com quebra-cabeça para apontar o homem perverso daquele tempo. Isto, evidentemente, é uma loucura, com o fazem alguns contrários aos católicos, aplicar à força este algarismo ao Papa, como se Pedro, o primeiro Papa da Igreja de Cristo, e seus legítimos sucessores devessem identificar-se com o imperador romano que matava os cristãos. Estas fantasias dos anticatólicos não tem nada que ver com a Bíblia. Há muito mais que se poderia escrever acerca deste tema, mas creio que isto é suficiente para compreender estes textos em seu verdadeiro sentido. É muito doloroso ver que alguns indicam com o dedo o Papa – uma pessoa tão bem intencionada entre nós – e lhe dão o título de “o demônio” ou “a besta”. Sempre existiu esta maldade, que é produto da ignorância atrevida. Não nos esqueçamos de que quando Jesus expulsava os demônios e fazia o bem a todos, os próprios fariseus, gente muito religiosa daquele tempo, o acusavam como o homem possuído por Belzebu, o chefe dos demônios (Mc 3,22)
Custa mais é assim que devemos praticar as palavras de Jesus desde a cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Não sabem o que dizem). Se caluniaram o próprio Mestre, que acontecerá a seus seguidores? “Todo o mundo vai odiá-los por minha causa; mas o que seguir firme até o fim este será salvo” (Mt 10,22). “Nenhum discípulo é mais que seu Mestre” (Mt 10,24). A respeito disso, os sabatistas dizem que o Papa é a besta do Apocalipse e que ele colocam o número que corresponde às letras latinas seu equivalente em algarismo romanos para concluir que ele e a Igreja Católica são a besta do Apocalipse. Esta interpretação é tão falsa com tendenciosa. Primeiro porque São João não escreveu em latim mas em grego e em segundo lugar porque nunca o Papa levou esta inscrição na tiara. Para terminar, uma última palavra para aqueles que usam da ignorância de gente de boa vontade para colocar-lhes coisas raras e bobagens na cabeça e assim condenar e caluniar a meio mundo. “Quem escandalizar um desses pequeninos que acreditam em mim, melhor seria para ele pendurar uma pedra de moinho no pescoço, e ser jogado no fundo do mar. Ai do mundo por causa dos escândalos! (Mt 18, 6-7).


6. Qual deve ser nossa atitude diante das seitas?
1) Nunca devemos usar o ataque direto e exaltado, porque isto iria contra o grande mandamento do convidar para seguir o verdadeiro amor fraterno. 2) Para o cristão o melhor caminho será sempre apresentar a verdade com amor e caminho de Cristo.3) Usar um são discernimento, recusando o mal que vemos neles e aproveitando o que é bom e valioso para integrá-lo e vive-lo em nossos grupos. 4) Apresentar claramente os perigos das seitas que são muitos:- As seitas manipulam a Palavra de Deus ao interpreta-la literalmente e a serviço de seus próprios interesses. Busquemos o que nos une e não o que nos separa. Que nunca saia de nossos lábios uma ofensa ou um insulto para com os que não crêem como nós. Temos que orar ao Pai dos céus para que, levados por seu Santo Espírito, se restabeleça na Igreja a unidade perdida.