sábado, 11 de outubro de 2008

A Cruz no peito

A Cruz no peito

Queridos amigos e irmãos:

Tenho o costume de andar com uma pequena cruz de madeira no peito. Amo esta cruz porque Jesus Cristo salvou o mundo por este sinal. Além disso, como irmão religioso e ministro da Igreja Católica, quero mostrar assim minha entrega total a Jesus, meu Mestre.
Mas acontece, às vezes, que quando os irmãos evangélicos me vêem com esta cruz no peito, começam a criticar-me e jogam-me na cara que assim estou crucificando Cristo. Outros me dizem que sou idólatra e que pareço um condenado com o patíbulo colado no peito e por último não faltam os que até me querem proibir o Sinal da Cruz ou persignar-me.
Não entendo por que alguns se tornam tão fanáticos, ou porque se escandalizam frente a uma cruz pendurada no peito...
Bem, não importa o que eles pensam de mim. Continuo levando esta cruz no peito porque é para mim um símbolo da fé que levo em meu coração, esta fé em Cristo crucificado e ressuscitado.
Aos que pensam que sou idólatra lhes recomendo que leiam atentamente a carta que escrevi acerca dos verdadeiros ídolos deste mundo moderno.
Agora, queridos irmãos, vou falar-lhes sobre a grandeza da cruz de Cristo e como o Senhor convidou seus verdadeiros discípulos a carregar sua cruz e seguir seus passos. Queria Deus que tenham a paciência de consultar todas as passagens bíblicas que vou citar-lhes. Creio sinceramente que nossos irmãos evangélicos, ao não ler a Bíblia toda só por ignorância chegam a proibir estas coisas. E o que aqui vou dizer não vale apenas para os sacerdotes. Vale também para todos aqueles que carregam uma cruzinha. Basta sair à rua para ver a quantidade de pessoas que levam a cruz não só no pescoço, mas no táxi, no carro ou a veneram num altarzinho no melhor lugar de sua casa.


1. A Cruz de Jesus Cristo

Jesus morreu crucificado, e sua cruz, juntamente com seu sofrimento, seu sangue e sua morte, foram o instrumento de salvação para todos nós. A cruz não é uma vergonha, mas um símbolo de glória, primeiro para o Cristo e depois para os cristãos. “Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos” (1 Cor 1,23). Com estas palavras o apóstolo Paulo expressa a rejeição espontânea de todo homem frente à cruz.Em verdade alguém se pergunta: “Como podia vir a salvação"

Jesus nos convida a comer seu Corpo e a beber seu Sangue

1. O discurso de Jesus sobre “seu Corpo, Pão da vida” (Jo 6,51-58) foi pronunciado depois da multiplicação dos pães e, nesta ocasião, pela primeira vez, o Senhor falou a respeito da Eucaristia “O pão que Eu darei é minha Carne, e darei para vida do mundo” (Jo 6,51).Quando Jesus disse estas palavras, muitos de seus discípulos o abandonaram, dizendo que este modo de falar era intolerável (Jo 6,59-66). Mas Jesus não disse que estava falando em sentido figurado. Jesus insistiu: Em verdade lhes digo: se não comem a carne do filho do Homem e não bebem seu sangue, não têm verdadeira vida (Jo 6,53).Mas ainda, Jesus perguntou aos doze apóstolos: “Vocês também querem deixar-me? (Jo 6,67). De nenhuma maneira Jesus falou aqui no sentido figurado: “O que come minha carne e bebe meu sangue, tem a vida eterna e Eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54).2. A última Ceia do Senhor: NO Novo Testamento encontramos até quatro testemunhos diferentes à respeito da última Ceia do Senhor: Mateus, Marcos, Lucas e Paulo. Isto quer dizer que a última Ceia foi um acontecimento de suma importância na vida de Jesus e na vida da Igreja primitiva.Na noite antes de morrer, Jesus convidou seus apóstolos para celebrar a Páscoa dos judeus, que consistia, sobretudo, numa ceia solene. Esta comida era, para os judeus, “a grande ação de graças” a Deus. E o Senhor Jesus aproveitou a ceia para dar-lhe um sentido novo e profundo.Lemos no Evangelho de São Lucas: “Depois Jesus tomou o pão e dando graças “eucharistein, em grego) o partiu e o deu a seus discípulos dizendo: “Isto é o meu corpo que é entregue por vocês. Façam isto em minha memória”. Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice. Disse: “Este cálice é a aliança nova selada com meu sangue, que vai ser derramado por vocês. (Lc 22, 19-20).3. A Última Ceia do senhor tem muitos significados. Aqui somente queremos indicar alguns aspectos em relação com nosso assunto:- Primeiro: a Ceia do Senhor é “a grande ação de graças” a Deus.
A palavra grega “eucharistein” (lc 22,19; 1 Cor 11,24) recorda as benções que proclamam as obras de Deus: a criação, a redenção e a santificação. A Igreja prefere a palavra Eucaristia” para indicar a Ceia do Senhor.- Segundo: Quando Jesus disse, na última Ceia, ao partir o pão: Tomem e comam, isto é meu corpo” não estava falando de forma simbólica. Estas palavras anunciavam claramente sua presença misteriosa e real nos sinais do pão e do vinho. Realmente Jesus deu um novo sentido ao pão e ao vinho.Jesus disse claramente: “Isto é meu corpo”. Jesus indicou um realismo incomparável e não um simples simbolismo. Isto aconteceu na primeira Eucaristia ou Santa Missa.- Terceiro: Jesus deu também a seus apóstolos, o mandato de recordar e reviver estes gestos sagrados. “Façam isto em memória de mim” (Lc 22,19). A Igreja, fiel a este mandato de Jesus, desde aquele momento até agora, realiza continuamente estes sinais sagrados que Jesus fez a Última Ceia. E a Igreja acredita que o Pão consagrado em cada Eucaristia é ao mesmo tempo figura e realidade do Corpo celestial de Cristo: um memorial vivo de Cristo.- Quarto: O apóstolo Paulo para recordar o sagrado que é o alimento eucarístico, escreve em termos muitos claros: “O cálice que abençoamos, não é acaso a comunhão do Sangue de Cristo? E o Pão que partimos, não é acaso a comunhão do Sangue de Cristo? E o Pão que partimos, não é o acaso a comunhão do Corpo de Cristo?”. ( 1 cor 10-16)Para Paulo, esse pão e esse vinho, uma vez consagrados, não são um simples símbolo do corpo e sangue, senão realmente o Corpo e o Sangue de Cristo glorificado. E neste mesmo sentido, o apóstolo continua escrevendo aos Coríntios, depois de repreendê-los por alguns abusos que cometiam em suas reuniões: Assim, pois, cada vez que comem deste pão e bebem do cálice estão proclamando a morte do Senhor, até que ele venha. Portanto, se alguém come o pão e bebe do cálice do Senhor indignamente, peca contra o Corpo e o Sangue de Cristo. Por isso, cada um examine sua consciência antes de comer do pão e beber do cálice. De outra maneira come e bebe sua própria condenação ao não distinguir o corpo de Cristo. Esta é a razão pela qual se vêm tantos enfermos entre vocês” ( 1 Cor 11, 26-30).


Considerações finais

Muita gente hoje, como no tempo de Jesus, tem dúvidas acerca da presença real de Cristo no Pão Eucarístico. Muitos se perguntam: Como pode ser isso?...Não é demais para nossa inteligência humana aceitar tudo isso?...”É verdade, nossa inteligência humana não é capaz de captar esta presença misteriosa de Cristo na Eucaristia. Somente com os olhos da fé podemos experimentar esta presença real e íntima de Cristo no Pão Sagrado.A presença do corpo de Cristo no Pão Sagrado não é uma presença física, ou seja, material, como se pudéssemos dizer: “Jesus está aqui sentado à mesa ao meu lado”. Não devemos esquecer que o Corpo de Cristo, depois de sua morte e ressurreição, é para sempre um corpo glorificado, um corpo celestial que se faz presente entre nós no pão e no vinho. É uma presença real. Não uma presença material de Cristo, mas uma presença terrena de seu corpo celestial.Em outras palavras: mediante um gesto visível, o crente participa de uma realidade que não se vê, mas entra realmente em comunhão com Cristo glorificado e ressuscitado. Acostumamos a aplicar a palavra sacramento para designar um sinal externo que contém uma realidade espiritual. Na Ceia do Senhor, ou Santa Missa, nossa fé nos leva a receber como corpo e sangue de Cristo algo que todavia não parece ser mais que pão e vinho. Mas, por estes sinais ou sacramentos, Cristo se faz para nós realmente alimento e vida.A Comunhão Eucarística é o corpo e o coração da vida da Igreja, a qual é antes de tudo, comunhão. É o lugar onde os homens experimentam, já na terra, a união entre eles e Cristo.Queridos irmãos, estas são as razões pelas quais nós, os católicos, conforme o mandato do Senhor: “Façam isso em memória de mim”, celebramos a eucaristia domingo após domingo, e cremos com toda firmeza que Cristo glorificado está realmente presente no pão e no vinho consagrados. Não é nenhuma invenção dos padres, como pensam alguns irmãos evangélicos, mas este é um ensinamento bíblico, aceito plenamente por todos os verdadeiros cristãos desde o começo de nossa santa religião até o dia de hoje.
Os diferentes nomes para indicar a Santa Missa1. Eucaristia: porque é “ação de graças” a Deus. A palavra grega “eucharistein” (Lc 22,19 e 1 Cor 11,24) recorda as bênçãos dos judeus que proclama, sobretudo durante a comida, as obras de Deus; a criação, a redenção e a santificação.2. Ceia do Senhor ou Banquete do Senhor: porque se trata da Ceia que o Senhor celebrou com seus discípulos na véspera de sua paixão ( 1 Cor 11,20).3. Fração do Pão: porque Jesus utilizou o gesto de partir e repartir o pão quando abençoou e distribuiu o pão na Última Ceia (Mt 26,26; 1 Cor 11, 24; At 2, 42 e At 20, 7-11). 4. Comunhão: porque por este sacramento nos unimos a Cristo que nos faz partícipes de seu Corpo e de seu sangue para formar um só Corpo ( comum-união) ( 1 Cor 10, 16-17).5. Santo Sacrifício: porque atualiza o único sacrifício de Cristo salvador e inclui a oferenda da Igreja. Assim também se chama “Sacrifício de Louvor” ( Hb 13, 15 ), sacrifício espiritual ( 1 Pd 2,5).6. Santa Missa: porque a liturgia na qual se realiza o mistério de nossa salvação termina com o envio dos féis (envio=missão, em latim ) a fim de que cumpram a vontade de Deus em sua vida quotidiana.


A Santa Ceia
Antes do Padecimento
na noite da Ceia
o Senhor com graça plena
Instituiu o Sacramento.