sábado, 11 de outubro de 2008

Existem alimentos proibidos?

Existem alimentos proibidos?

Queridos irmãos,
Muitos perguntam, com freqüência se em verdade, segundo a Bíblia, está proibido comer ou tomar certos alimentos. Esta inquietação lhes nasce de conversas tidas com membros de algumas igrejas de origem protestante ou de certas seitas, que, com a Bíblia na mão, lhes mostraram que não se pode comer porco, certos peixes e certas aves, etc. Nesta linha estão sobretudo os Adventistas do Sétimo Dia, os Testemunhas de Jeová, os Mórmons e outros. Alguns proíbem inclusive tomar vinho e qualquer licor, café, chá, coca-cola, fumar, etc, por motivos religiosos, como se a Bíblia proibisse tudo isso.Vamos, pois, contestar este ponto.Mas queremos advertir que este tema dos alimentos, por ser um dos mais claros e simples de compreender, nos permite entender outra verdade básica na leitura da Bíblia: a Bíblia não foi escrita num só dia, mas foi redigida durante um período de quase 2000 anos. E quando alguém lê com atenção este livro sagrado percebe que através de toda Bíblia há uma grande evolução doutrinal e moral. Quer dizer que, na Bíblia, nem tudo tem o mesmo valor ou igual vigência. Existe uma grande diferença, mesmo que se complementem, entre o Antigo e o Novo Testamento . Não se pode ler o Antigo Testamento de forma parcial e isolada, como se tudo nele fosse doutrina eterna. Deve-se ler sempre o A.T. à luz do N.T.Porque Jesus Cristo, Deus-homem, é o centro do N.T. e o fim de toda a Bíblia.Ademais, Jesus Cristo, com sua autoridade humano-divina, corrigiu e aperfeiçoou muitas coisas que se lêem no A.T. e anulou e aboliu costumes que para os judeus do A.T. eram práticas muito importantes. E entre estas coisas que Jesus aboliu está a questão dos alimentos.

Proibição no A.T.

Lendo com atenção a Bíblia, percebemos que dentro do mesmo A.T. há diversas tradições e costumes referentes aos alimentos.1.Os textos aparentemente mais antigos falam que todos os alimentos são bons. Que todas as plantas e animais foram criados bons e estão ao serviço do homem (leia-se Gn 1, 20-25 e 28-30). E se diz expressamente: “Tudo o que se move e tem vida lhes servirá de alimento. Todas as coisas lhes servirão de alimento, assim como os legumes e as ervas” (Gn 9,2-3).Mas em seguida lemos em Gn 9,4 que o escritor sagrado proíbe comer “carne com sangue” (segundo muitos biblistas ou estudiosos da Bíblia, este versículo (Gn 9,4) é um acréscimo posterior, uma releitura introduzida pela tradição mosaica).De todos os modos, ninguém pode negar que houve a proibição de comer certos alimentos no A.T. Esta proibição de comer alimentos é uma das características da religião israelítico-judaica.2.Os textos proibitivos mais famosos, que são os que nossos irmãos costumam mostrar com a Bíblia na mão para confundir o católico simples, são os seguintes: Levítico 11, 1-23 e seu paralelo Dt 14,3-21.Seria longo cita-los aqui. Nestes textos se proíbe comer: camelo, coelho, lebre, porco e uma longa série de animais aquáticos, aves e bichos alados. (Os lhamas são da família dos camelos e também seria pecado comer carne de lhamas. )3..Segundo os melhores biblistas, algumas destas proibições são muito antigas e são costumes herdados de outros povos, e anteriores à formação mais primitiva do povo de Israel. Outras proibições deram-se em Israel com a finalidade de se distinguir e apartar-se dos povos pagãos vizinhos e de seus cultos idolátricos.4.A proibição de comer carne com sangue é também muito antiga e isto é porque se acreditava que o sangue era a lama ou de onde a al ma residia (Lev 19.26;17,11; Dt 12,23). 5.São também impuros e proibidos todos os animais da casa quando há um cadáver nela. “Esta é a lei para quando alguém morre em casa: Tudo o que entra na casa, e tudo o que estiver dentro dela, será impuro sete dias. E toda vasilha que não esteja fechada com uma tampa fechada será impuro” (Nm 19,14-15).Não há dúvida de que houve muitas pessoas santas do A.T. que observavam rigidamente tudo isso. Alguns preferiam morrer a comer estes alimentos proibidos. Assim o lemos no belíssimo relato de 2 Macabeus 6,18-31. E é que, segundo suas crenças, o quebrar tais normas acerca das comidas proibidas, podia ser interpretado como uma “apostasia” ou uma “traição à religião do judaísmo”.Estas proibições somente se lêem no A.T. e não no N.T. onde são anuladas radicalmente por Nosso Senhor Jesus Cristo.

O que o N.T. nos ensina acerca dos alimentos?

Todas as proibições de comer certos alimentos ( como o camelo, o porco, o coelho, etc.) estavam em plena vigência no judaísmo dentro do qual nasceu, viveu e morreu Nosso Senhor Jesus Cristo. Como Jesus reagiu frente a elas?

1. A atitude renovadora e libertadora de Jesus

Um dia, Jesus chamou todo o povo e disse: “Ouçam-me todos e entendam-me bem:Não há nenhuma coisa fora do homem que ao entrar nele possa torna-lo pecador ou impuro...” E como seus próprios discípulos se surpreendessem com tamanha novidade, Jesus acrescentou em seguida: “Não compreendem que nada que desde fora entra no homem pode torna-lo impuro porque não entra em seu coração, senão em seu estômago e logo se joga fora?” E o mesmo Jesus acrescenta: “O que sai do homem, isso é o que o torna impuro, pois de dentro do coração saem as más intenções, as desordens sexuais, os roubos, libertinagem, inveja, injúria, orgulho, falta de sentido moral. Tudo isso sai de dentro e isso sim mancha o homem” (Mt 6, 14-23 e Mt 15, 10-20).

2. A prática dos primeiros cristãos

Mas os judeus continuaram aferrados a suas leis e costumes nesses pontos e combateram duramente os primeiros cristãos convertidos do judaísmo. De tal modo que nas primeiras comunidades cristãs de origem judaica foi muito difícil mudar de critério no referente aos alimentos. Até os mesmos apóstolos tiveram suas resistências (At 10, 9-16; e 11, 1-18).Inclusive depois de declarar no Concílio de Jerusalém, que a lei de Moisés, nem a circuncisão não os obrigava (At 15, 1-12), tiveram que fazer algumas concessões a respeito do costume judaico dos alimentos mas somente para certas comunidades isoladas, onde habitavam os judeus cristãos continuavam apegados ciumentamente à Lei de Moisés (At 15, 13-19 e 21-20). Nunca foram fáceis as mudanças!

3. O ensino do apóstolo Paulo

Será especialmente são Paulo que, na linha libertadora de Jesus, repetirá aos cristãos: “Que ninguém os critique por questões de comida ou bebida ou, a propósito das festas, de novilúnios ou dos sábados. Tudo isso não era senão sombra do que havia de vir e agora a realidade é a pessoa de Cristo... Por que se vão sujeitar agora a preceitos como “não tomes isto”, “não toques naquilo”? tais coisas coisas têm sua aparência de sabedoria e de piedade, de mortificação e de rigor mas sem valor nenhum...” ( Col2, 16-17; 20-23).E também em sua carta a Timóteo, Paulo escreve contra os que proibiam, entre outras coisas, “o uso de alimentos que Deus criou para que fossem comidos com ação de graças pelos fiéis que conheceram a verdade. Porque tudo o que deus criou é bom e não se deve rejeitar nenhum alimento que se coma com ação de graças, pois fica santificado pela palavra de Deus e a oração. Se tu ensinas estas coisas aos irmãos, serás um bom ministro de Cristo Jesus” (1 Tim 4, 3-6; 1 Cor 6, 13 e 8, 7-13).

4. E que dizer do vinho?

1.No Antigo Testamento há muitos e diversos textos sobre a videira e o vinho. Proíbe-se o vinho à família sacerdotal de Aarão (Lv 10,9-11). Tampouco tomavam vinho alguns grupos religiosos particulares, como se lê em Jr 35,5-57. Mas em geral, a videira é símbolo de Israel e se cantam as bondades do vinho tomando-o com moderação (Is 5, 1-7); Pr 9,2-5; Ecl 31,25-30; Ct 5,1; Também se usavam o vinho nos sacrifícios (Ex 29, 38-40; Nm 15,10).2.No Novo Testamento, Jesus Cristo converte a água em vinho nas bodas de Caná (Jo 2,1-11). E ademais Jesus mesmo tomou o vinho (Mt 9,17; Jo 15,1-6). Depois Jesus celebra com vinho a Última Ceia, convertendo-o em seu próprio sangue (Lc 22,14-20; 1 Cor 11,17-27 e textos paralelos).3.O apóstolo São Paulo recomenda a Timóteo: “Não bebas, pois, só água. Toma um pouco de vinho por causa de teu estômago e de tuas freqüentes indisposições”. (1 Tm 5,23) (Outra coisa é embriagar-se e isso sim, é um pecado grave contra a dignidade da pessoa) ( 1 Tim 3, 3-8; Tt 2,3).Queridos amigos, está claro que quem faz problemas em questões de comida e bebida, mesmo que o façam com a Bíblia na mão, não leram bem “toda” a Bíblia. Não chegaram ao Novo Testamento. Assim, irmãos católicos, não lhes façam caso quando os irmãos protestantes ou outros ensinam só certos textos do Antigo Testamento. Jamais como a sombra do N.T. Jesus veio a aperfeiçoar a lei antiga. Portanto, há coisas que, vistas desde agora já ficaram definitivamente para trás, como é o caráter sagrado do sábado e tudo o referente aos alimentos proibidos.Uma regra de ouro para a reta interpretação da Bíblia, repentinos mais uma vez, é nunca tirar uma frase de seu contexto. Estamos certos de que muitos ensinam estas coisas só por ignorância e apesar de andar o tempo todo com o livro da Bíblia na mão não o conhecem; ignoram o Novo Testamento, ou talvez o fazem com má vontade para confundir os católicos simples e conquistar adeptos para si. E este proselitismo barato de nenhuma maneira pode ser do agrado de Deus. Queridos amigos, leiam uma e outra vez estes temas, consultem as citações bíblicas e verão como isso lhes dará segurança e como o senhor porá em seus lábios a resposta oportuna quando os representantes de outras religiões batam à porta de sua casa.

Que é Ecumenismo?

O Ecumenismo é um movimento dirigido a restaurar a unidade dos cristãos e participam dele os que invocam o Deus uno e Trino e confessam Jesus Cristo como Senhor como Senhor e Salvador.
Como Jesus rezou na Último Ceia?Na última Ceia Jesus rezou dizendo: “Que todos sejam um, como tu, pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles sejam um como nós e o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21).

Qual é o princípio de unidade dos cristãos?

O princípio de unidade é o Espírito Santo que habita nos crentes. Só Ele pode realizar esta admirável união e restaurar a unidade perdida.Aos cristãos das distintas denominações corresponde orar a Deus para acelerar a hora da união e fazer gestos de boa vontade que facilitem este reencontro sem esquecer as palavras de Jesus: “simples como as pombas, mas prudentes como serpentes”.