sábado, 11 de outubro de 2008

Maria, quem é?

Maria, quem é?

1. Quem é Maria?
Maria nasceu em Nazaré, Galiléia, 15 ou 20 anos antes do nascimento de Cristo. Seus pais, segundo a tradição, foram Joaquim e Ana Maria era judia. Foi educada na leitura dos livros santos e na obediência à lei de Deus. Fez voto de virgindade. Casou com José estando ambos de acordo em permanecer virgens por amor a Deus. Um anjo do Senhor lhe apareceu e comunicou-lhe que o Espírito Santo desceria sobre ela, e que dela nasceria o Filho de Deus (Lc 1,35). Maria aceitou tão maravilhoso destino com estas palavras: “Faça-se em mim segundo tua Palavra”, e naquele instante Jesus foi concebido em seu seio. O nascimento do Menino foi em Belém da Judéia e foi acompanhado de diversas circunstâncias, que os Evangelhos de Mateus e de Lucas narram. Que se sabe a respeito de Maria depois do nascimento de Jesus? Depois de algum tempo, vemos Maria, José e o Menino instalados em Nazaré. Ali só existe um fato notório: a perda e encontro do Menino, aos 12 anos, em Jerusalém. Foi o tempo que chamamos da “vida oculta” de Jesus, sua vida de lar, de família, de trabalho. Jesus começa sua vida “pública”, sua vida apostólica e missionária, pelos 30 anos. Maria o acompanha, às vezes de perto, às vezes de mais longe. O Evangelho nô-la mostra em Caná, assistindo um casamento, e ao pé da cruz em que Jesus está morrendo. Em várias outras oportunidades também. O livro dos Atos a menciona no Cenáculo junto aos Apóstolos, depois da Ressurreição do Senhor. A tradição sugere que morreu em Éfeso – na Ásia Menor – em casa de João o Evangelista.

2. Como era Maria?
Do Evangelho se deduz que Maria era humilde e pura; que era decidida e corajosa para enfrentar a vida; que era capaz de calar quando não entendia e de refletir e meditar; que se preocupava com os demais e que era serviçal e caritativa; que tinha fortaleza moral; que era franca e sincera; que era leal e fiel. Maria, é, como mulher, um modelo para as mulheres.

3. Em que consiste principalmente a grandeza de Maria?
Em ser mãe de Deus. Alguns disseram que Maria é mãe de Jesus “enquanto homem”, mas não de Jesus “enquanto Deus”. Esta distinção é artificial e, de fato, nunca a fazemos. Uma mãe é mãe de seu filho tal como é ou chega a ser. Não dizemos que a mãe de um presidente, por exemplo, foi a mãe dele como menino, mas não como presidente, ou que nossa mamãe seja mãe de nosso corpo somente, mas não de nossa alma que é infundida por Deus. Nunca fazemos esta distinção; dizemos simplesmente que é nossa mãe. Maria é Mãe de Jesus. Jesus é Deus. Logo, podemos dizer que Maria é Mãe de Deus e nisto consiste fundamentalmente sua grandeza.

4. Maria tem alguma relação especial com a Santíssima Trindade?
Sem dúvida. É a filha predileta do Pai. O anjo lhe disse no dia da anunciação: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo” (Lc 1,28). Tem também com o Espírito Santo uma relação que foi comparada à da esposa com o esposo. Disse-lhe o anjo: “O Espírito Santo te cobrirá com sua sombra. Por isso o menino que nascerá de ti será chamado Santo e Filho de Deus” (Lc 1,35). “Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus” (Lc 1,30).

5. Que diz a Bíblia?
Vamos por parte: É certo que esses privilégios não estão contidos “explicitamente” na Bíblia. A Bíblia, por exemplo, não fala da Imaculada Conceição nem da Assunção. Mas estão contidos implicitamente na Bíblia. Por exemplo, numa semente de roseira não está a rosa. Não se vê a rosa, mas aí está em germe, e pouco a pouco, com a seiva que vem da terra úmida e com o calor do sol brotará a roseira e nela a rosa florescerá.
Assim também tudo o que a Igreja ensina sobre Maria brotou da semente do Evangelho, ao calor do Espírito Santo, que segue iluminando o Povo de Deus e o leva a descobrir pouco a pouco toda a riqueza que Ele mesmo colocou, como em um germe, na Escritura inspirada por Ele.
Tudo o que a Igreja ensina acerca de Maria é coerente com a imagem de Maria que nós formamos ao ler o Evangelho, com humildade e com espírito de fé.

6. Que dizem os evangelhos acerca das irmãs e irmãos de Jesus?
O idioma que Jesus e seus discípulos usavam não tem muitas palavras para distinguir os diferentes graus de parentesco. Para tudo se usava a palavra “irmão” e assim o vemos em Gênesis 13,8 e em Mt 13,55. As palavras originais que traduzimos por “irmãos” e “irmãs” significam não somente os irmãos carnais, mas também os primos e outros parentes próximos. A Virgem Maria não teve outros filhos. Jesus é o “único filho” de Maria. Isto se mostra-se claramente pelo fato de que ao morrer, Jesus entregou a sua mãe a João (Jo 19,27).

7. São Paulo diz que Jesus Cristo é o único Redentor. Por que a Igreja Católica diz que Maria é corredentora?
É verdade. Jesus é o único Redentor, mas São Paulo ensina também que nós colaboramos com a redenção unindo nossos sofrimentos aos de Cristo. “Alegro-me pelo que sofro por vocês, porque desta maneira vou completando em meu próprio corpo o que falta aos sofrimentos de Cristo pela Igreja, que é seu corpo” (Cl 1,24). Maria sofreu durante a paixão de seu Filho como ninguém jamais sofreu, porque tinha, mais que ninguém, horror ao pecado, porque amava seu Filho mais que ninguém; porque amava os homens por quem seu Filho sofria e morria. Por isso participou tão intimamente na redenção. Não é ela a redentora: há somente um Redentor, Jesus Cristo. Mas pode-se chamá-la corredentora no sentido de que cooperou muito eficazmente com nossa redenção.

8. Os católicos adoram Maria?
Adorar Maria seria uma idolatria, um pecado contra o primeiro mandamento da Lei de Deus. “Só a Deus adorarás” (Lc 4,8). A Igreja jamais ensinou coisa semelhante. Maria é uma mulher, uma criatura, a mais santa de todas as criaturas, mas apenas uma criatura.
Nós amamos Maria, a veneramos, conversamos com ela na oração, damos-lhe culto não de adoração que está reservado somente a Deus, mas um culto de veneração como nós o damos aos santos que, como ela, são seres humanos, simples criaturas; e lhe pedimos que nos faça conhecer, amar e seguir Jesus como ela o conheceu, o amou e o seguiu.

9. Será que o culto a Maria distrai do culto a Cristo?
Não distrai dele, mas conduz a ele. Maria pressentiu o culto que lhe seria dado ao longo dos séculos, quando exclamou: “Desde agora todas as gerações me proclamarão bem-aventurada” (Lc 1,42). Já Isabel, sua prima, lho havia anunciado: “Bendita és entre todas as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre” (Lc 1,48). As milhares de igrejas dedicadas a Maria, as multidões de pessoas que se dirigem a seus santuários, os milhões de Ave Marias que se rezam diariamente no mundo, confirmaram esse pressentimento e este anúncio. Quem conhece Maria a ama, e se esforça por torná-la conhecida e por conhecer e amar Cristo. Alimenta-se de sua Palavra. Integra-se na vida da Igreja, compre os mandamentos e participa dos sacramentos, especialmente o da Eucaristia.

10. Qual será a relação de Maria com Cristo?
Maria é a mãe. É também discípula, sua mais perfeita discípula, sua primeira e fidelíssima seguidora e sua inseparável colaboradora. Maria é um reflexo da santidade de seu Filho Jesus. É comparada à lua que nos ilumina de noite com uma luz mais suave que a do dia e que não é senão um reflexo da luz deslumbrante do sol.

11. Qual é a relação de Maria com a Igreja?
Sendo mãe de “Cristo” e, sendo nós, por adoção, irmãos de Cristo, Maria é também “nossa Mãe. Assim como disse também expressamente Cristo na cruz quando disse a João: “Eis aí tua mãe!” (Jo 19,27). Maria, sendo discípula e seguidora de Cristo, é nosso modelo, a que vai adiante em nossa peregrinação para Cristo, a que nos mostra o caminho e nos anima a segui-lo: modelo de fé, de esperança e de amor. Estando Maria agora no céu, intercedendo por nós, nos encomendamos a ela para que nos ajude a viver aqui na terra como cristãos e alcançar nosso destino final que é o céu.

12. Os títulos da Virgem
Por que alguns falam de Nossa Senhora “do Carmo” e outros “da Virgem de la Tirana” ou de “Lourdes?” Por que existem tantas imagens e invocações diferentes da Virgem? São acaso muitas as Senhoras?
A Virgem Maria é uma só. A que conhecemos no Evangelho, com a fé da Igreja, é Maria de Nazaré, a Mãe de Jesus. Os diversos nomes e as diferentes imagens aludem às circunstâncias ou mistérios de sua vida. A Mãe Dolorosa ao pé da cruz, é uma mulher madura, trespassada de dor. Nossa Senhora do Trânsito ou da Assunção é uma mulher transfigurada, entrando na glória.
Outros nomes se referem aos diferentes lugares em que se celebra seu culto: Nossa Senhora de Lourdes, de Guadalupe... Mas as Santíssima Virgem é uma só. Os milhares de artistas que quiseram pintá-la e esculpi-la imaginaram-na cada qual a sua maneira, buscando, sem embargo, sua inspiração no Evangelho e na fé da Igreja.

13. Que se deve entender por aparições de Nossa Senhora?
A Santíssima Virgem pode, se quer, intervir desde o céu em assuntos humanos por amor aos homens. Pode “aparecer” a tal ou qual pessoa, habitualmente a crianças ou pessoas humildes, e entregar-lhes uma mensagem para que os homens se convertam e voltem para Deus.

14. A Igreja acredita, sem mais nem menos, em qualquer um que diz que Nossa Senhora lhe apareceu?
A Igreja tem muita prudência e sabedoria e é muito lenta em reconhecer uma aparição. Primeiro estuda, averigua e comprova, a fim de não induzir ninguém por engano. E feitas as averiguações e depois de vários anos se pronuncia e reconhece com sua autoridade se a aparição é real ou fictícia. Em algum caso a Igreja se convenceu da autenticidade de uma aparição pela santidade de vida do vidente, pela pureza da mensagem entregue ou pelos fatos ocorridos no lugar da aparição: curas, conversões, etc. Isto é o que ocorreu em Lourdes, França, em 1858 e em Fátima, Portugal, no ano 1917. Em outros casos a Igreja rejeitou as supostas aparições ou simplesmente não se pronuncia, esperando que o tempo estabeleça a verdade.

15. Qual é a melhor maneira de rezar à Santíssima Virgem?
A oração principal é a da Ave Maria que consta de duas partes: a primeira parte está tirada do Evangelho, do relato da Anunciação e da Visitação. “Ave Maria, cheia de graça, o Senhor está contigo” (Lc 1,28). “Bendita és tu entre todas as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre” Lc 1,42.
A segunda parte foi acrescentada pela Igreja: “Santa Maria, Mãe de Deus rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém”.
O Santo Rosário é uma maneira de unir-nos à Santíssima Virgem Maria rezando cinco vezes um Pai Nosso, dez Ave Marias e um Glória, e recordando cada vez um mistério da vida do Senhor. Há 5 mistérios gozosos, 5 mistérios dolorosos, 5 mistérios gloriosos e 5 mistérios da luz. Outras belas orações à Virgem são a “Salve Rainha, Mãe de Misericórdia”, o “Bendita seja sua pureza”.